A Convenção Batista do Sul (SBC, na sigla em inglês), a maior denominação evangélica dos EUA, aprovou uma grande investigação sobre as denúncias de abuso sexual envolvendo líderes e um possível encobrimento dos casos na igreja.
O Comitê Executivo da Convenção havia encomendado sua própria investigação independente, recentemente, através da Guidepost Solutions. Entretanto, na reunião anual, os membros votantes da Convenção, chamados de “mensageiros”, votaram a favor de transferir a supervisão desta investigação ou lançar outra, segundo o Christianity Today.
A decisão aconteceu depois que pastores que defendem as vítimas de abuso pressionaram por uma força-tarefa de investigação externa.
“É o mínimo que podemos fazer pelos sobreviventes de abusos. Vale a pena o esforço extra. Vale a pena o dinheiro gasto. Vale a pena o tempo e a atenção”, disse Grant Gaines, pastor do Tennessee, na reunião anual, com uma vítima de abuso ao seu lado. “Se vale a pena fazer essa investigação, então vale a pena fazer da maneira certa”.
A investigação acontece depois que cartas descrevendo líderes demitindo vítimas, livrando igrejas de acusações e resistindo aos esforços para lidar com o abuso foram vazadas.
Com a decisão, a investigação contará com o apoio de um grupo de sobreviventes e defensores e analisará 20 anos de denúncias de abuso, que foram tratadas com negligência pelo Comitê Executivo, o órgão de tomada de decisões dentro da denominação. A nova investigação também examinará encobrimentos de casos de abuso por parte do Comitê como base para demissão da Convenção Batista.
Vítimas esperam limpeza na SBC
Uma sobrevivente de abuso da SBC, Jennifer Lyell, cuja história de ter sido caluniada foi mencionada nas cartas que vazaram, agradeceu o amplo apoio recebido pela força-tarefa durante a votação na Convenção.
“Não consigo nem começar a imaginar que estou passando por uma investigação que não seja o que Gaines propôs”, escreveu em sua conta no Twitter.
Jennifer, que serviu por anos como uma das principais líderes da Lifeway, afirmou que temia que uma investigação incompleta levasse a mais "conclusões enganosas por causa dos líderes que usam seu poder e silêncio para esconder a verdade".
Outra vítima, Megan Lively, que há dois anos denunciou que líderes do seminário da SBC não tomaram medidas quando relatou um abuso, afirmou que espera “a verdade revelada, arrependimento e uma limpeza da SBC que se assemelha a Jesus limpando o templo”.
De acordo com o Christianity Today, um dos pastores que apoio a força-tarefa, Troy Bush, da Igreja Batista Rehoboth na Geórgia, culpou o Comitê Executivo da Convenção de rejeitar um inquérito do caso de um ministro de louvor que abusou de pelo menos 10 crianças em várias congregações. Segundo Troy, a investigação foi abandonada muito cedo.
“Porque o Comitê Executivo não fez o que consideramos o nível mínimo de investigação, eles não nos contataram, nenhuma das vítimas, ou qualquer uma das igrejas envolvidas, acreditamos que o Comitê Executivo não tem a capacidade para lidar com essa força-tarefa ou com essa investigação sozinho ”, disse Bush.
No dia 15 de junho, a Convenção também adotou uma resolução determinando que “qualquer pessoa que cometeu abuso sexual está permanentemente desqualificada para ocupar o cargo de pastor”. A Convenção recomendou que a nova regra seja aplicada em “todas as nossas igrejas afiliadas e a todas as posições de liderança da igreja”.
Sua avaliação é importante para entregarmos a melhor notícia
O Guiame utiliza cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência acordo com a nossa Politica de privacidade e, ao continuar navegando você concorda com essas condições