Homens armados e bombardeiros atacaram restaurantes, uma casa de shows e um estádio esportivo em locais distintos de toda Paris, na última sexta-feira (13), matando cerca de 127 pessoas em um ataque mortal, que o presidente François Hollande acredita ter sido de autoria do Estado Islâmico. O grupo terrorista já se pronunciou, reivindicando a autoria dos ataques.
O Estado Islâmico também já havia lançado um vídeo sem data na qual um militante disse que a França não iria viver em paz, enquanto participasse da investida, liderada pelos Estados Unidos em bombardeios a seus combatentes, no Oriente Médio.
O porta-voz da prefeitura de Paris disse que quatro homens armados abateram sistematicamente pelo menos 87 jovens em um show de rock na conhecida casa de shows 'Bataclan'. Comandos anti-terrorismo lançaram um ataque sobre o edifício. Os homens armados detonaram cintos explosivos e dezenas de sobreviventes chocados foram resgatados, enquanto corpos ainda estavam sendo removidos na manhã deste sábado (14).
Pelo menos outras 40 pessoas foram mortas em cinco outros ataques na região de Paris, disse o oficial, incluindo um duplo atentado suicida aparente fora do estádio nacional 'Stade de France', onde o presidente Hollande e o ministro das Relações Exteriores alemão estavam assistindo a um jogo amistoso internacional. Cerca de 200 pessoas ficaram feridas.
Os ataques coordenados vieram em razão da França ser um dos membros fundadores da Coalizão que está empreendendo ataques aéreos liderados pelos EUA contra o Estado islâmico na Síria e no Iraque. O país estava em estado de alerta para atentados terroristas à frente de uma conferência climática global que aconteceria ao final deste mês.
Foi o pior ataque do tipo na Europa desde os atentados aos trens de Madri, em 2004, no qual 191 pessoas morreram.
Hollande disse que o número de mortos era de 127. Autoridades disseram que oito agressores morreram, sete dos quais tinham explodido a si mesmos com cintos lotados de bombas, enquanto um tinha sido morto a tiros pela polícia. Não ficou claro se todos os terroristas foram encontrados.
"Os terroristas, os assassinos tomaram vários terraços de cafés com armas de fogo, antes de entrar na casade shows. Houve muitas vítimas em terríveis condições atrozes em vários lugares", disse o chefe de Polícia Cadot Michel aos repórteres.
Depois de ser levado do estádio perto das explosões, Hollande declarou estado de emergência nacional - o primeiro desde a Segunda Guerra Mundial. Bases para controle nas fronteiras foram temporariamente restabelecidas a fim de encontrar terroristas que ainda estejam vivos.
Eventos esportivos locais foram suspensos, a banda de rock U2 cancelou o show que faria na região, a estrada de ferro do metrô de Paris foi fechada e escolas, universidades e edifícios municipais receberam ordens para permanecerem fechados neste sábado. No entanto alguns serviços ferroviários e aéreos específicos devem ser executados.
"Isto é um horror", disse o presidente visivelmente abalado em um discurso na televisão por volta da meia-noite à nação, antes de presidir uma reunião de emergência em seu gabinete.
Mais tarde, ele foi para a cena do ataque mais sangrento, na casa de shows 'Bataclan' e prometeu que o governo iria travar uma luta "implacável" contra o terrorismo.
Sylvestre, um jovem que estava no 'Stade de France', quando bombas explodiram por lá, disse que ele foi salvo por seu telefone celular, que ele estava segurando à sua orelha, quando detritos o atingiram.
"Este é o telefone celular que recebeu o impacto. Foi o que me salvou", disse ele. "Caso contrário, a minha cabeça teria sido feito em pedaços", disse ele, mostrando o telefone com sua tela esmagada.
Os jornais franceses falaram em "carnificina" e "horror". A manchete do Le Figaro lançou a chamada: "A guerra no coração de Paris", com um fundo preto e uma imagem de pessoas em macas.
Os serviços de emergência foram mobilizados, as licenças de policiais foram canceladas, 1.500 reforços do exército foram convocados para a região de Paris e hospitais lembraram a equipe de estarem preparadas para lidar com as vítimas.
As estações de rádio alertaram os parisienses a ficarem em casa e pediram aos moradores para dar abrigo a quem for pego na rua. A hashtag #porteouverte ("#PortaAberta") iniciou-se no Twitter para oferecer às pessoas, um lugar para ficar.
O ataque mais mortífero foi no 'Bataclan', uma casa de shows, onde o grupo de rock californiano 'Eagles of Death Metal' estava se apresentando. O salão está perto dos antigos escritórios do jornal satírico 'Charlie Hebdo', alvo de um ataque mortal por extremistas islâmicos armados em janeiro.
Algumas testemunhas da casa de shows disseram ter ouvido os atiradores islâmicos gritarem cânticos e slogans, condenando o papel da França na Síria.