Um cristão copta egípcio que foi preso por difamação do islamismo e teve sua inocência comprovada em 2015, falou sobre o tempo que passou na prisão e tem gerado comoção por sua postura cheia de fé e gratidão.
Apesar dos momentos de aflição que marcaram os três anos que viveu como prisioneiro no Egito, Bishoy Kameel Garas afirmou em um depoimento à missão 'Internacional Christian Concern' ('ICC'), que nunca deixou de ser grato a Deus.
"Passei três anos e dois meses na prisão, mas eu agradeço a Deus por tudo", disse.
Garas teve sua inocência provada, depois de cumprir mais de metade de sua sentença de seis anos por difamação do islamismo.
Ele foi preso em setembro de 2012 por acusações relacionadas a postagens no Facebook, feitas por um perfil falso, aberto em seu nome.
Os crimes supostamente cometidos por ele incluíram ofenças ao o islamismo, ao então presidente Mohamed Morsi e à irmã de um xeique muçulmano.
O tribunal do Cairo revogou sua sentença no dia 25 de julho de 2015, mas Garas permaneceu na prisão até 9 de Outubro, devido à "intransigência da acusação e à lentidão das autoridades penitenciárias", segundo seu advogado, Magdy Farouk informou.
Somente no dia 13 março (2016), o Tribunal Superior do Egito o declarou inocente.
"[Minha prisão] era da vontade de Deus e nós temos que aceitar a vontade de Deus", disse Garas à International Christian Concern. "Nossa visão é limitada, mas a [visão] de Deus é ilimitada".
Sua mãe, Sana descreveu como "um estado de medo e terror" o tempo em que o filho esteve preso.
"Nossas vidas estavam em perigo todos os dias", disse ela. "Agradecemos muito a Deus, por Ele ter estado sempre com Bishoy, protegendo-o e absolvendo-o", disse ela à 'ICC'.
Nove casos de "difamação da religião [islâmica]" já foram apresentados em tribunais egípcios, desde Janeiro de 2015, de acordo com a Iniciativa Egípcia pelos Direitos Pessoais. Doze pessoas foram condenadas e outros 12 casos ainda estão pendentes.