Jovem cristã é sequestrada no Egito e forçada a se converter ao Islã

O pai de Irene Ibrahim Shehata afirmou que as autoridades estão incentivando os sequestros de cristãs na região.

Fonte: Guiame, com informações de Christian DailyAtualizado: sexta-feira, 15 de março de 2024 às 13:37
Irene Ibrahim Shehata. (Foto: Reprodução/Coptic Solidarity)
Irene Ibrahim Shehata. (Foto: Reprodução/Coptic Solidarity)

Um pai, cujo a filha cristã foi sequestrada recentemente no Egito, afirmou que as autoridades encorajaram o rapto e a sua conversão forçada ao Islã.

Irene Ibrahim Shehata, uma estudante de medicina de 21 anos da Universidade Nacional de Asyut, desapareceu no dia 22 de janeiro entre os exames intermediários em Asyu, no Egito.

Raymond Ibrahim, da organização “Gatestone Institute”, disse que em fevereiro, Irene conseguiu fazer uma ligação para um de seus irmãos. Porém, um homem interrompeu a chamada dizendo:  

“Tudo bem, você ouviu a voz dela e sabe que ela está bem, certo? Agora vá para o inferno”.

Raymond escreveu um relatório para a instituição cristã “Coptic Solidarity” relatando que durante a ligação, Irene implorou a seu irmão que a resgatasse e contou sua localização. 

Uma fonte, que não foi identificada, afirmou: “O irmão dela a ouviu gritar, alguém estava gritando com ela e então a ligação terminou”.

“Parece que ela usou o telefone sem a permissão. Esta foi uma grande prova de que ela foi sequestrada”, acrescentou.

Ao saber que ela estava na cidade de Sohaj, a família foi até lá e relatou o telefonema e a localização de Irene à polícia. No entanto, os policiais ameaçaram prendê-los caso tentassem resgatá-la e avisaram que os sequestradores estavam armados.

“Em 21 de fevereiro, a polícia disse à família dela que os sequestradores haviam mudado sua localização para um local desconhecido, uma outra forma de enganar a familia", disse a fonte.

E continuou: “A Associação Sharia da Irmandade Muçulmana na província de Asyut, sob a cobertura de segurança das cidades de Asyut e Sohaj, coordenou o sequestro da estudante universitária cristã Irene Shehata”.

Conversão forçada

Apesar da polícia ter acusado um homem não identificado, as autoridades da Segurança do Estado foram “desdenhosas e hostis” à família de Irene. 

“Ele alegaram ao pai que a jovem fugiu com um homem muçulmano por vontade própria”, contou Raymond.

“O pai enfatizou que se Irene tinha a intenção de fugir com um homem muçulmano, por que ela faria isso entre os exames, enquanto carregava suprimentos médicos em vez de itens de viagem”, acrescentou.  

O pai informou que os funcionários da Segurança do Estado sabem exatamente onde Irene está, mas se recusam a agir ou a deixar a família ter contato com ela.

De acordo com Raymond, o pai afirmou que a Segurança do Estado forneceu pistas falsas sobre o paradeiro da jovem.

No dia 29 de fevereiro, por meio de um comunicado a família revelou que os registos eletrónicos mostravam que o campo religioso no documento de identificação nacional de Irene tinha sido alterado para “muçulmano” contra a sua vontade.

“É outra forma de forçar as famílias a desistir”, disse Raymond. E continuou: “A família também deixou perfeitamente claro que confirmou que uma rede da Irmandade Muçulmana — com uma Segurança de Estado cúmplice — está por trás do rapto de Irene e de muitas outras meninas cristãs”.

A família descreveu os sequestradores como “um grupo terrorista organizado liderado pela Irmandade Muçulmana para sequestrar meninas cristãs no Oriente Médio”. Seis outras meninas ou mulheres cristãs também “desapareceram” da área recentemente.

Outros casos

De acordo com um relatório da Coptic Solidarity, a dificuldade de documentar inúmeros casos de mulheres cristãs traficadas no Egito é uma das razões para a falta de ação e atenção internacional à questão. 

A pesquisa também observou que as afirmações dos funcionários do governo de que as vítimas partiram voluntariamente também bloqueiam os esforços para acabar com os crimes hediondos.

“Embora poucos casos sejam casamentos genuínos, a Coptic Solidarity estima cerca de 500 casos na última década em que foram utilizados elementos de coerção que equivalem ao tráfico”, afirmou o relatório. 

“De acordo com um ex-membro de uma dessas redes de sequestro, o sequestro dessas meninas atingiu agora o nível mais alto”, acrescentou.

A organização informou que as redes de raptos islâmicos são frequentemente apoiadas por membros com ideias semelhantes (incluindo altos funcionários) da polícia, da segurança nacional e das administrações locais. 

“Os seus papéis incluem a recusa de apresentar queixas oficiais por parte das famílias das vítimas, a falsificação de investigações policiais, a organização de sessões formais de conversão ao Islão em Al-Azhar, ou o assédio das famílias para que se calem e aceitem o tráfico dos seus entes queridos”, disse o relatório.

O Egito ficou em 38º lugar na Lista De Observação Mundial De 2024 da missão Portas Abertas dos 50 países onde é mais difícil ser cristão.

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