Um pregador de rua foi preso em Londres, provocando indignação online. Em um vídeo do incidente postado no Twitter, policiais podem ser vistos pedindo ao homem de origem nigeriana para parar de pregar se não quisesse ser preso sob acusação de “violar a paz”. No vídeo, que viralizou com mais de 2 milhões de visualizações, é possível acompanhar a sequência dos diálogos:
“O que você está fazendo aqui?”, perguntou o oficial ao pregador que estava anunciando o Evangelho perto da estação de metrô de Southgate.
“Eu estou pregando”, respondeu o homem com sua bíblia na mão.
“Vou exigir que você vá embora”, disse o policial.
“Nunca”, respondeu o homem.
“Bem, então eu vou prendê-lo por quebra de paz”, disse o oficial.
“Que quebra de paz?”, perguntou o homem cristão.
“É o que você está fazendo no momento”, explicou o policial. “Você está causando problemas, você está incomodando o dia das pessoas e está violando a paz delas. Se você não for embora voluntariamente, teremos que prendê-lo”.
“Eu não irei embora, porque preciso lhes contar a verdade: porque Jesus é o único caminho, a verdade e a vida”, respondeu o pregador.
“Mas ninguém quer ouvir isso”, o policial retrucou. “Eles querem que você vá embora.”
Depois disso, o oficial algema o homem, antes que outro policial retirar a Bíblia das mãos do pregador.
“Não leve minha Bíblia embora”, disse o homem chorando.
“Você deveria ter pensado nisso antes de ser racista!”, respondeu o oficial.
A polícia admitiu posteriormente que, apesar das alegações do oficial acusando o pregador de ser “racista”, nada que provasse isso havia sido dito pelo cristão. Eles também observaram que “nenhuma linguagem dessa natureza foi usada na presença de oficiais”.
“O relatório inicial sugeriu que alguma linguagem islamofóbica foi usada”, disse a força policial à Faithwire. “No entanto, ninguém fez uma alegação formal para esse efeito e nenhuma linguagem dessa natureza foi usada na presença de oficiais.”
Quanto à prisão, a polícia confirmou que ela aconteceu por conta do homem “violar a paz”. A autoridade policial disse que após a prisão “nenhuma outra ação foi necessária”.
Muitos pediram à polícia que pedisse desculpas pelo incidente. Cristãos e ateus expressaram sua indignação com o incidente. O clérigo anglicano e ex-capelão da rainha, Rev. Dr. Gavin Ashenden, foi um dos que se manifestaram.
“A polícia limitou a liberdade de expressão e se tornou cristã", escreveu ele no Twitter. “Se deixarmos de protestar, perderemos nossa liberdade perante a lei.”
Ashenden pediu ao arcebispo de Canterbury que prometesse seu apoio ao pregador. “Talvez o arcebispo de Canterbury e os bispos da Igreja da Inglaterra possam protestar em favor do pobre e marginalizado pregador de rua que ficou nas mãos de um policial que não conhece a lei que aplica”, disse.