Uma igreja evangélica foi alvo de um incêndio criminoso na quarta-feira (20) no norte do Mississippi (EUA) depois de criticar a suspensão de cultos durante o isolamento social devido à pandemia de Covid-19.
A Primeira Igreja Pentecostal de Holly Springs havia entrado com uma ação judicial argumentando que a ordem estadual para fechar os templos viola o direito de liberdade de expressão da igreja e interfere na vida religiosa de seus membros.
Depois que os bombeiros apagaram as chamas, a polícia encontrou a seguinte mensagem, escrita com spray próxima à porta da igreja: “Aposto que vocês ficam em casa agora, hipócritas”.
Uma fotografia da pixação também mostra um símbolo atômico com um “A” no centro, que costuma ser usado como um logotipo para grupos ateus.
O major Kelly McMillen, do xerife do condado de Marshall, disse que nenhum suspeito foi identificado, mas que o caso está sendo investigado pela Agência de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos e, potencialmente, pelo FBI.
O major McMillen disse que o incêndio chocou Holly Springs, uma cidade com menos de 8.000 habitantes. “Espero que, com a ajuda do Senhor, possamos chegar ao fundo disso o mais rápido possível”, disse.
Igrejas e restrições
Diante da crescente frustração de líderes religiosos com os decretos da prefeitura, emitidos a partir de 23 de março, o pastor da igreja, Jerry Waldrop, confrontou as autoridades de Holly Springs e entrou com uma ação contra a cidade em abril.
Em resposta à ação, o juiz Michael P. Mills afirmou que a igreja estava “procedendo de maneira excessivamente imprudente, arrogante e sem respeito suficiente pela gravidade da crise de saúde que a pandemia de Covid-19 apresenta”.
O juiz se recusou a atender o pedido da igreja, mas permitiu os cultos drive-in.
A discussão sobre a reabertura das igrejas nos EUA tem se tornado cada vez mais intensa nas últimas semanas.
Algumas igrejas de Minnesota disseram nesta semana que iriam retomar os cultos, desafiando as ordens do governador. Isso se seguiu à decisão de um juiz federal na Carolina do Norte que permitiu reuniões presenciais, depois da proibição do governador.
Cinco advogados do Departamento de Justiça dos EUA disseram em uma carta ao governo da Califórnia na terça-feira que as restrições do estado durante o combate ao coronavírus discrimina as instituições religiosas.