A Associação Chinesa de Basquete (CBA) multou um de seus jogadores estrangeiros na segunda-feira (9) por não levantar a cabeça e olhar para a bandeira durante o hino nacional do país.
O jogador francês Guerschon Yabusele, que joga no Nanjing Monkey Kings, recebeu um aviso e foi multado em 10.000 ienes (equivalente a 1.421 dólares) pela CBA por sua infração.
De acordo com o site Faithwire, Yabusele tem feito o mesmo por quase toda a sua carreira no basquete — quando o hino nacional toca antes dos jogos, ele costuma inclinar sua cabeça e fazer uma oração.
As imagens da partida da última sexta-feira (6) mostram o jogador de cabeça baixa, enquanto seus colegas dirigiam o olhar para a bandeira da China antes do jogo contra Zhejiang.
Segundo a mídia estatal chinesa, Global Times, o atleta francês foi criticado nas mídias sociais chinesas por ser rude e não mostrar respeito. Diante da punição, Yabusele fez um pedido de desculpas.
“Eu tenho a mesma rotina, venho fazendo isso toda a minha carreira e queria me desculpar pelas pessoas que levaram isso para o lado pessoal, porque não era a minha intenção”, explicou. “Mostrarei meu respeito durante o hino nacional chinês e manterei minha cabeça erguida de agora em diante”.
Guerschon Yabusele is fined by Chinese Basketball Association for ¥10k ($1.42k) for not saluting the Chinese national flag during the national anthem ahead of the game against Zhejiang Golden Bulls. It is a courtesy that one should comply with persuant to the league handbook. pic.twitter.com/8e9za2oLs5
— Titan Sports Plus (@titan_plus) 7 de dezembro de 2019
Yabusele assinou contrato com o Monkey Kings em agosto, depois de uma passagem pelo Boston Celtics e pelo Maine Red Claws da NBA G League, a liga oficial de desenvolvimento da NBA.
O incidente é reflexo do sistema político chinês, que tem imposto uma reverência aos símbolos estatais. Em setembro, igrejas na província central de Henan foram forçadas a substituir os Dez Mandamentos pelas citações do presidente Xi Jinping.
O reverendo Bob Fu, um proeminente ativista da liberdade religiosa, chegou a denunciar ao Congresso dos Estados Unidos que o governo chinês está supervisionando um plano de cinco anos para tornar o cristianismo mais compatível com o socialismo, propondo uma "reescrita" da Bíblia e hinos comunistas.