China quer alterar a Bíblia e obrigar igrejas a cantarem hinos comunistas

O plano do governo chinês é reformular o cristianismo dentro de cinco anos.

Fonte: Guiame, com informações do Christian PostAtualizado: segunda-feira, 1 de outubro de 2018 às 15:32
Reverendo Bob Fu, ex-líder chinês de igrejas domésticas que imigrou para os Estados Unidos em 1997 e fundou a organização chinesa China Aid. (Foto: The Christian Post).
Reverendo Bob Fu, ex-líder chinês de igrejas domésticas que imigrou para os Estados Unidos em 1997 e fundou a organização chinesa China Aid. (Foto: The Christian Post).

O governo chinês está supervisionando um plano de cinco anos para tornar o cristianismo mais compatível com o socialismo, no qual haverá uma "reescrita" da Bíblia, disse um proeminente ativista da liberdade religiosa ao Congresso dos Estados Unidos.

O reverendo Bob Fu, ex-líder chinês de igrejas domésticas que imigrou para os EUA em 1997 e fundou a organização China Aid, forneceu detalhes durante uma audiência na última quinta-feira (27) sobre um plano aprovado pelas principais denominações sancionadas pelo Estado na China.

Como a repressão à religião na China fez com que muitas igrejas domésticas fossem demolidas e milhares de cruzes removidas das igrejas em todo o país, Fu avisou antecipadamente que o que está acontecendo agora representa o maior grau de perseguição para grupos religiosos independentes que o país já viu em décadas.

"A liberdade religiosa na China chegou realmente ao pior nível, que não é visto desde o início da Revolução Cultural pelo presidente Mao Zedong, nos anos 1960", disse Fu aos membros do Subcomitê de Relações Exteriores da Câmara sobre a África, Saúde Global, Direitos Humanos Globais e Organizações Internacionais.

Regulamentação sobre assuntos religiosos

No centro deste novo nível de perseguição está a nova regulamentação da China sobre assuntos religiosos que foi lançada no ano passado, mas promulgada em 1º de fevereiro. Segundo Fu, a revisão dos regulamentos religiosos deve guiar ativamente a religião para "se adaptar à sociedade socialista".

Em um testemunho escrito, Fu disse que sob os novos regulamentos os locais de atividades religiosas “aceitarão a orientação, supervisão e inspeção de departamentos relevantes do governo do povo local com relação à administração de pessoal, finanças, contabilidade, segurança, proteção contra incêndios, proteção de relíquias, saúde e doenças previnem e assim por diante".

Fu disse que, a fim de cumprir as novas regras religiosas, os órgãos protestantes sancionados pela China desenvolveram um plano de cinco anos para "promover uma reformulação do Cristianismo". O plano propõe "cultivar e implementar os valores centrais socialistas" e será supervisionado pelo escritório nacional de assuntos religiosos.

Uma maneira pela qual eles pretendem reformular o cristianismo, disse Fu, é "retraduzindo" o Antigo Testamento e fornecer novos comentários ao Novo Testamento para fazer os ideais socialistas e a cultura chinesa parecerem mais divinos. De acordo com seu último esboço, Fu disse, uma retradução seria um resumo do Antigo Testamento com algumas escrituras budistas e ensinamentos confucionistas.

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