Um médico cristão foi alvo de medidas disciplinares e ameaçado de ser retirado da lista de médicos do Serviço Nacional de Saúde da Inglaterra (NHS), por ter orado por alguns de seus pacientes no Reino Unido.
O Dr. Richard Scott, de 62 anos, irá contestar sua possível remoção da Lista Nacional de Profissionais do NHS, em uma audiência de seis dias que começa nesta segunda-feira (26), no Centro de Audiências do Tribunal de Ashford, no condado de Kent, a 90 km de Londres.
O NHS abriu um processo contra o Dr. Scott, apesar do Conselho Médico Geral da Inglaterra ter decidido duas vezes, em 2019 e 2020, que ele não violou nenhuma de suas diretrizes e que “discutir a fé em consultas não é proibido”.
Após uma série de investigações ao longo de 2020 e 2021, o Dr. Scott recebeu uma lista de “condições” do NHS, que inclui um curso de “limites profissionais” que custa 1.800 libras (equivalente a mais de 10.300 reais) e deveria ser pago por ele.
Scott disse que ficou “horrorizado” quando descobriu que o curso geralmente é reservado para médicos que tocam um paciente de forma inadequada ou cruzam os limites sexuais.
Quando o Dr. Scott contestou a participação no curso, foi-lhe dito que, por se recusar a cumprir, ele também precisaria realizar uma avaliação psicológica para 'redefinir' sua abordagem ao oferecer orações aos pacientes.
O Dr. Scott, que está sendo apoiado pelo Christian Legal Centre, se recusou a fazer o curso. Por causa disso, ele foi informado que deveria passar por uma avaliação psicológica, o que também recusou. “Estou preparado para assumir as consequências e enfrentar esse assédio e intimidação arbitrária”, disse ele, segundo o site Christian Concern.
A oração é 'prejudicial'?
Como parte de sua investigação, o NHS enviou um consultor clínico para o Centro Médico Bethesda, onde trabalha o Dr. Scott, para avaliar o papel da religião em seus serviços aos pacientes.
Como resultado, Scott foi chamado para uma audiência disciplinar a portas fechadas em novembro de 2021 pelo painel de decisão das listas de profissionais do NHS. Ali, ele foi informado que cabia a ele provar que orar pelos pacientes não era “prejudicial”.
Os advogados do Dr. Scott dizem que “não há evidências de que a prática de orar com os pacientes seja um obstáculo em termos de prestação eficiente de serviços de saúde”.
Eles argumentam também que o tratamento do Dr. Scott foi “desproporcional”, “humilhante” e representou assédio sob a lei de Direitos Humanos com base em sua crença cristã.
Médico perseguido por sua fé
Scott, que trabalhou como clínico geral por 35 anos, descreveu seu tratamento como uma “campanha implacável” para forçar suas crenças e abordagens cristãs a saírem do NHS.
O médico repudiou a “profunda intolerância do NHS em relação às crenças cristãs e a completa falta de compreensão do que é a oração e como ela impacta positivamente a vida das pessoas”.
Andrea Williams, executiva-chefe do Christian Legal Center, diz que o Dr. Scott é um médico experiente, respeitado pela comunidade e dedicado a Deus.
“Richard Scott é um médico brilhante que ama Jesus e acredita apaixonadamente no impacto positivo que a oração e a esperança da fé cristã podem ter na vida de alguém. Ele é respeitado em sua comunidade e especialmente por seus pacientes”, ela afirma.
Ela também denuncia a insistência de ativistas do NHS em alvejar o médico cristão por causa de suas orações. “Há um amplo reconhecimento de que o apoio emocional e espiritual desempenha um papel significativo na cura física”, acrescentou.