O Ministério Público (MP) do Estado do Rio de Janeiro recomendou à prefeitura de São José de Ubá que retire dois monumentos cristãos, que estão em locais públicos da cidade.
Segundo O Dia, o MP quer que o município remova uma imagem de São José e uma escultura da Bíblia.
No documento de recomendação, o Ministério Público argumentou que a retirada dos monumentos é necessária porque o estado é laico e preza pela liberdade religiosa de todos os credos.
O padre Moisés Melo Vieira Torres protestou contra a ação. “Estamos certos que em nada esses monumentos ferem a laicidade do Estado, uma vez que este deva favorecer e não impedir as manifestações religiosas. Contudo ressaltamos que o Monumento de São José é para nós um símbolo não apenas religioso, mas histórico e cultural”, afirmou, em nota ao O Dia.
Monumento histórico
O líder ressaltou que os monumentos cristãos fazem parte da história de São José de Ubá.
“Em nossa cidade temos a junção de um símbolo que outrora era apenas religioso, mas que se tornou irrevogavelmente parte de nossa história, ao ponto da cidade levar seu nome”, comentou Moisés.
“A sede de nosso município foi construída em torno de uma pequena capela dedicada ao santo, onde hoje é a Igreja Matriz. No século IX, o antigo proprietário dessas terras, cujo nome era José Bastos Neto (Juca Neto) a doou para o santo homenageado no monumento, que também é um memorial’, explicou.
Sobre o monumento da Bíblia, que é o maior do Brasil, o padre declarou: “O mesmo podemos dizer em relação ao Monumento da Bíblia Sagrada, pois todos conhecemos a valor patrimonial deste livro para toda humanidade, tocando pontos significativos que marcam nossa cultura e nossa história, não apenas como município, mas como um país de origem inegavelmente cristã”.
Abaixo-assinado
O líder católico criou um abaixo-assinado contra a recomendação do MP e está pedindo a mobilização dos moradores pelas redes sociais.
“Nós estamos lutando pela anulação da Recomendação. Não estamos de acordo com essa iniciativa que visa destruir esses monumentos sem levar em consideração seus valores histórico-culturais, simplesmente pelo fato de também tocarem questões de credos”, disse Moisés.
Ele ainda citou casos semelhantes no Rio de Janeiro e em Brasília, em que o MP pediu a retirada de monumentos cristãos, porém os pedidos foram negados.
E o líder concluiu: “Diante de tais precedentes, com muito respeito ao Ministério Público do nosso Estado, que é uma instituição legítima, espero que este de fato seja um servidor do povo, e não de um indivíduo que por motivo pessoal, político ou religioso faz uma denúncia que não expressa o verdadeiro interesse público”.