“O ódio aos judeus se alastrou e tem que acabar”, diz líder cristão após ataque em Sydney

Os líderes condenaram o atentado terrorista que matou 15 pessoas durante o festival judaico Hanukkah, em praia na Austrália.

Fonte: Guiame, com informações de Christian Today Atualizado: segunda-feira, 15 de dezembro de 2025 às 13:43
O atentado matou 15 pessoas em Sydney. (Foto: Reprodução/YouTube/ABC News Australia).
O atentado matou 15 pessoas em Sydney. (Foto: Reprodução/YouTube/ABC News Australia).

Líderes cristãos condenaram o atentado terrorista contra judeus em Sydney, na Austrália, que matou 15 pessoas no domingo (14).

Dois atiradores, um pai e um filho, abriram fogo contra um grupo de judeus enquanto eles celebravam o festival judaico Hanukkah, na praia de Bondi.

Entre as 15 vítimas, estava uma menina de 10 anos que aproveitava a festa com a família; um sobrevivente do Holocausto, Alexander Kleytman, que morava na Austrália; e um policial aposentado que trabalhava como fotógrafo do evento. Além dos mortos, 29 pessoas ficaram feridas no ataque.

Os atiradores foram identificados como Sajid Akram, de 50 anos, e seu filho, Naveed, de 24 anos. Sajid morreu no local, enquanto seu filho permanece no hospital sob vigilância.

O pastor Brian Houston, fundador da Hillsong Church – que mora na praia de Bondi – testemunhou a movimentação após o ataque da janela de sua casa.

“Uma tragédia está acontecendo aqui do lado de fora da nossa janela. Um aparente ataque anti-semita no primeiro dia de Hanukkah. Meu coração está dolorido. Uma enorme multidão na praia de Bondi entrou em pânico por dois homens armados antissemitas islâmicos loucos”, relatou Houston, em postagem no Instagram.

Ele pediu oração pela comunidade atingida. “Por favor, orem. Orem por Bondi”, acrescentou.

 
 
 
Ver essa foto no Instagram

Um post compartilhado por Brian Houston (@brianchouston)

Em comunicado, o arcebispo anglicano de Sydney, Kanishka Raffel, condenou o ataque antissemita e pediu paz e proteção para a comunidade judaica na Austrália.

"Acolhemos nossos vizinhos e concidadãos judeus com amor, amizade e apoio. Rejeitamos o antissemitismo, a violência e o ódio", declarou ele.

O líder convocou orações pelas famílias das vítimas e todas as pessoas afetadas pelo atentado.

"Oramos a Deus, o Pai da compaixão, pela segurança e proteção da comunidade judaica. Oramos por aqueles que lamentam a trágica perda de entes queridos, pelos feridos ou traumatizados, pela polícia e pelos profissionais de saúde, e por nosso governo e agências de segurança enquanto respondem”, afirmou.

"Oramos pela paz, segurança e recuperação da comunidade em Bondi e em toda a região de Sydney”, acrescentou.

Raffel ainda agradeceu a Ahmed Al Ahmed, o homem que derrubou um dos atiradores e conseguiu desarmá-lo, poupando mais vítimas. Ele tem sido considerado um herói pelos australianos.

O reverendo Martin Morgan, reitor da Igreja Anglicana de Bondi, que fica próxima à praia onde aconteceu o ataque, relatou que os membros que estavam saindo do templo viram pessoas correndo para fugir dos atiradores.

Então, os fiéis voltaram para dentro da igreja para se protegerem e oraram pela situação durante 40 minutos até ser seguro sair.

"O ódio religioso antissemita e antijudaico é algo que notamos nos últimos anos em Bondi e estamos orando para que o Senhor não permita que esse ódio cresça e que possamos brilhar como uma luz, como uma congregação e também com outras igrejas por perto”, declarou Morgan.

“Um ataque aos judeus é um ataque a todos nós”

Já o arcebispo católico de Sydney, Anthony Fisher, afirmou que o atentado é fruto do aumento do antissemitismo no país.

“Por mais de dois anos, um ambiente de antissemitismo público se alastrou, levando

à intimidação, divisão e à normalização de uma linguagem incendiária", disse ele, em entrevista ao The Catholic Weekly.

"Em frente à minha própria catedral em Hyde Park, houve manifestações semanais onde mensagens inflamadas foram articuladas, o que só poderia ter 'elevado a temperatura' e talvez contribuído para a radicalização. Isso precisa acabar”, enfatizou.

O líder declarou seu apoio os judeus e afirmou que os cristãos "devem fazer tudo o que puderem para mantê-los seguros".

"Minha bisavó era judia e, por isso, tenho herança judaica na minha própria família. Jesus era judeu, nascido de mãe judia, nascido súdito da Lei Judaica. Maria e José eram judeus. Assim também foi para nosso pai Abraão e todos os profetas, assim como todos os 12 apóstolos. Cristãos são filhos dos judeus. E assim, um ataque aos judeus é um ataque a todos nós”, destacou.

Antissemitismo aumentou 387% na Austrália

Segundo um relatório divulgado pela Organização Sionista Mundial e pela Agência Judaica para Israel, os incidentes antissemitas aumentaram aumentaram 387% na Austrália, entre 2022 e 2024.

Em janeiro deste ano uma onda de ataques antissemitas foram registrados no país. Uma creche em comunidade judia foi incendiada e pichada com mensagens antissemitas em Sydney. O prédio ficou danificado e não houve feridos.

Uma casa que pertencia a um líder da comunidade judaica foi vandalizada e dois carros foram incendiados.

No início de janeiro, em menos de 24 horas, duas sinagogas foram pichadas com símbolos nazistas na capital australiana.

De acordo com o Jewish News Syndicate, cerca de 117 mil judeus vivem na Austrália, representando menos de 0,5% da população. A maioria da população judaica (85%) vivem em Sydney e Melbourne.

Mais do Guiame

O Guiame utiliza cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência acordo com a nossa Politica de privacidade e, ao continuar navegando você concorda com essas condições