Ossos de 'mártir cristão' são encontrados no Japão: "importância histórica"

"É a primeira vez que encontramos a ossada de um missionário estrangeiro", disse o professor da Universidade de Waseda, Akio Tanigawa. "Esta é uma descoberta extremamente importante para a história do cristianismo no Japão".

Fonte: Guiame, com informações do Christian PostAtualizado: sexta-feira, 8 de abril de 2016 às 18:05

Exames de DNA recentes confirmaram que a ossada encontrada em abril de 2014 são do padre italiano Giovanni Sidotti, que morreu no Japão. (Foto: Japan Times)  

Autoridades japonesas alegam ter descoberto recentemente os restos mortais de um padre católico italiano do século 17, conhecido como o "último mártir missionário" que viveu no Japão, por seus esforços para fazer avançar o cristianismo em uma das nações menos cristãs no mundo.

"É a primeira vez que encontramos a ossada de um missionário estrangeiro", disse o professor da Universidade de Waseda, Akio Tanigawa. "Esta é uma descoberta extremamente importante para a história do cristianismo no Japão".

Embora os restos mortais do padre jesuíta Giovanni Battista Sidotti tenham sido descobertos em abril de 2014, durante as escavações no local da Krishitan Yashiki, eles ainda não tinham sido identificados como pertencentes ao missionário até que os exames de DNA foram confirmados na última segunda-feira, conforme informou o 'Japan Times'.

Como explicou a 'Rádio Vaticano', Sidotti nasceu na Sicília em 1668, e foi inspirado por histórias de mártires cristãos a viajar e trabalhar como missionário no Japão, durante o Período Edo - quando o cristianismo havia sido proibido no país, por significar uma "influência ocidental".

Sidotti tentou disfarçar-se de samurai depois que ele chegou ao Japão em 1708, mas logo foi descoberto e detido por autoridades japonesas no momento. No entanto, ele chegou a compartilhar com os japoneses, informações sobre a geografia e a história da Europa e até mesmo a convencê-los a deportar missionários católicos, em vez de executá-los.

"No entanto, o padre Giovanni Sidotti tentou converter seus guardas ao catolicismo e foi jogado em um poço, onde morreu de fome. Seu nome entrou para a História, cerca de 150 anos atrás, quando um livro sobre sua vida foi encontrado", explicou o relatório.

O autor Tomoko Furui, que escreveu sobre a vida de Sidotti, disse que a descoberta de sua ossada é muito importante.

"Quero que as pessoas no Japão e na Itália saibam sobre o significado da coragem de Sidotti, de vir para o Japão durante esse tempo", disse Furui.

Funcionários do 'Bunkyo Ward' - um centro educacional e residencial - disseram que as autoridades estão confiantes sobre a identificação e já planejam transportar os restos mortais de Sidotti para a Itália.

"Se houver uma solicitação para que seus restos mortais voltem para a Itália, gostaríamos de discutir como lidar com isso", disse um funcionário do Centro.

O cristianismo continua a ser uma distinta minoria no Japão, de acordo com o CIA Factbook, representando apenas 1,5% dos 126 milhões de habitantes do país - dos quais a maioria pratica o xintoísmo e o budismo.

O Vaticano reconheceu o sacrifício de vários mártires cristãos no Japão, incluindo Takayama Ukon - um samurai cristão do século 16 que foi martirizado por sua fé em 1615.


Mártires na Síria
Recentemente, os restos mortais de outro mártir cristão também foram encontrados sob escombros de um mosteiro, destruído durante um ataque do Estado Islâmico na Síria.

As fotografias tiradas das ruínas do mosteiro de Mar Elian (Saint Julian), na cidade cristão de al-Qaryatain, parecem mostrar um sarcófago destruído contendo uma caveira e ossos.

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