O presidente russo Vladimir Putin, ordenou nesta quarta-feira (21) a primeira mobilização parcial da Rússia desde a Segunda Guerra Mundial e alertou o Ocidente que está pronto para usar armas nucleares para defender seu país.
Indicando uma escalada da guerra na Ucrânia, Putin aprovou um plano para anexar partes da Ucrânia, convocou 300.000 militares da reserva e levantou a possibilidade de um conflito nuclear, caso a segurança da Rússia esteja em risco.
“Gostaria de lembrar que o nosso país tem diferentes tipos de armas, e algumas delas são mais modernas do que as dos países da Otan. No caso de uma ameaça à integridade territorial do nosso país, sem dúvida usaremos todos os meios disponíveis para proteger a Rússia e o nosso povo. Isso não é um blefe”, disse Putin em um discurso televisionado à nação.
Citando a expansão da Otan em direção às fronteiras da Rússia, Putin disse que o Ocidente está planejando destruir seu país e se envolvendo em uma “chantagem nuclear”. Ele acusou os Estados Unidos, a União Europeia e a Grã-Bretanha de encorajar a Ucrânia a empurrar suas operações militares para a própria Rússia.
“Em sua política agressiva anti-russa, o Ocidente cruzou todas as linhas”, disse Putin. “Aqueles que tentam nos chantagear com armas nucleares devem saber que o cata-vento pode virar e apontar para eles.”
O discurso alimenta especulações sobre o futuro da guerra e indica que Putin está expandindo sua “operação militar especial” na Ucrânia, que tem sido apoiada por países da Otan, que é liderada pelos EUA.
Um confronto direto entre a Otan e a Rússia seria um passo em direção à Terceira Guerra Mundial.
Mobilização militar e anexação
A mobilização parcial das reservas da Rússia é a primeira desde que a União Soviética lutou contra a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial, e começa imediatamente.
O ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, disse que o país irá recrutar cerca de 300.000 militares adicionais de cerca de 25 milhões de combatentes em potencial à disposição de Moscou.
Putin também apoiou os referendos que serão realizados nos próximos dias em áreas da Ucrânia que são controladas por tropas russas — indicando o primeiro passo para a anexação formal de cerca de 15% do território ucraniano.
As votações foram solicitadas pelas autodenominadas Repúblicas Populares de Donetsk (DPR) e Luhansk (LPR), que Putin reconheceu como independentes pouco antes da invasão.
O Ocidente e a Ucrânia condenaram o plano do referendo como uma “farsa ilegal” e prometeram nunca aceitar seus resultados.