A partir deste mês de fevereiro, a Suécia suspendeu todos os tratamentos hormonais para menores de idade em suas políticas 'trans' no campo médico. A partir de agora, os chamados “bloqueadores da puberdade” só estarão disponíveis em casos muito raros.
Apesar de já ter sido referência em sua abordagem liberal das práticas de redesignação sexual, o país nórdico passou por mudanças significativas a partir de 2020.
Em 2021, um comunicado do Hospital Universitário Karolinska alegava que o tratamento acarreta sérias consequências à saúde, entre elas doenças cardiovasculares, osteoporose, infertilidade, aumento do risco de câncer e trombose.
Fatores que levam ao retorno
Especialistas em saúde estão levantando o alarme devido ao enorme aumento de 1.500% nos casos de disforia de gênero entre meninas de 13 a 17 anos, observado no período de 2008 a 2018.
Além disso, foi observado um crescente número de "destransicionistas" que lamentam os efeitos negativos de práticas médicas invasivas em seus corpos.
“O estado incerto do conhecimento exige cautela”, disse Mikael Landen, médico-chefe do Hospital Universitário Sahlgrenska em Gotemburgo, em relatório de dezembro.
De acordo com a agência de notícias AFP, Linden acrescentou que o perfil de indivíduos diagnosticados com disforia de gênero é complexo, frequentemente apresentando outros diagnósticos, como transtornos alimentares ou autismo.
Outra instituição de prestígio, o Hospital Karolinska em Estocolmo anunciou, em maio de 2021, que também acabaria com os bloqueadores da puberdade em menores de 18 anos.
A falta de resultados científicos levou o Conselho Nacional Sueco de Saúde e Bem-Estar a acionar o alarme em relação à atualização do guia para o tratamento de disforia de gênero em jovens.
Outros países europeus
As alegações de médicos, juristas e até associações de pais de adolescentes com a chamada "disforia acelerada" têm ganhado mais destaque, enquanto mudanças são feitas.
No entanto, a maioria parlamentar na Europa continua aprovando leis que permitem a autodeterminação de gênero sem a necessidade de comprovação médica. Exemplos recentes são as "leis trans" que estão sendo implementadas na Espanha, Escócia e Finlândia.