Vereador do PT que invadiu igreja se encontrará com o Papa Francisco

Renato Freitas é acusado de perturbação da prática de culto religioso e por realizar ato político no interior da igreja.

Fonte: Guiame, com informações de MetrópolesAtualizado: sexta-feira, 5 de agosto de 2022 às 14:05
Renato Freitas é acusado de perturbação da prática de culto religioso. (Foto: Rodrigo Fonseca/Câmara Municipal de Curitiba).
Renato Freitas é acusado de perturbação da prática de culto religioso. (Foto: Rodrigo Fonseca/Câmara Municipal de Curitiba).

O vereador petista Renato Freitas, que liderou uma invasão a uma igreja católica em Curitiba, vai se encontrar com o Papa Francisco, em setembro.

Freitas pode ter o mandato cassado em julgamento na Câmara Municipal de Curitiba nesta sexta-feira (5), acusado de perturbação da prática de culto religioso e por realizar ato político no interior da igreja.

Com o convite para encontrar o líder católico em um evento, o caso do vereador pode ganhar repercussão mundial.

O evento sobre a obra “Economia de Francisco” vai reunir economistas e líderes para discutir uma nova visão econômica. 

Para Renato Freitas, o encontro com o Papa pode influenciar na decisão dos vereadores da Câmara.

“Por uma coincidência da vida, o convite veio justamente no momento em que estou sendo cassado por entrar na Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos e clamar pelas vidas negras desvalorizadas”, alegou o político.

E concluiu: “Todos terão a oportunidade de ouvir a voz maior da Igreja”.

Em junho, o parlamentar teve o mandato cassado pela Câmara de Curitiba por "procedimento incompatível com o decoro parlamentar".

Porém, em julho, o Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) suspendeu a cassação do vereador, devido ao não cumprimento dos prazos legais no agendamento das sessões que aprovaram a cassação de Freitas.

Entenda o caso

No dia 5 de fevereiro, um grupo de manifestantes liderado por Renato Freitas invadiu e interrompeu a missa na Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, durante protesto pelo congolês Moïse Kabagambe, assassinado no Rio de Janeiro.

De acordo com o Padre Luiz Hass, de 74 anos, uma missa estava acontecendo quando os manifestantes invadiram a igreja. O sacerdote relatou que o grupo permaneceu por cerca de 20 minutos no templo, aos gritos.

“Uma situação insuportável, barulho muito grande, pedimos que baixassem o som lá fora, saíssem da escadaria. Mas começaram a dizer que era igreja dos negros. Suspendi a missa, porque não tinha como, não era horário para fazer o protesto”, afirmou.

Após a invasão, que ganhou repercussão nacional, Freitas se tornou alvo de pedidos de cassação do mandato na Câmara de Curitiba.

Caso levado à Comissão Interamericana de Direitos Humanos

A Associação Nacional de Juristas Evangélicos (ANAJURE) encaminhou o caso da invasão à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIHM), que faz parte da Organização dos Estados Americanos (OEA).

O documento pede que a Comissão investigue o incidente, com o objetivo de confirmar a violação da liberdade religiosa, e que solicite ao governo brasileiro a adoção de medidas para a preservação da liberdade religiosa no país.

“O ato conduzido pelo vereador e advogado Renato Freitas (PT) é apenas o mais recente exemplo de invasão a uma Igreja Cristã, provocada por forte carga ideológica. O crescimento desses casos de vilipêndio tem feito os fiéis temerem que grupos se sintam legitimados ou autorizados para cometer crimes contra o sentimento religioso, pela falta de uma devida responsabilização”, afirmou o Diretor Executivo da ANAJURE, Dr. Gabriel Dayan.



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