No último sábado (6), um jovem daltônico foi curado em um retiro, enquanto orava por outros cristãos durante um momento de adoração na Baixada Fluminense.
Marcus Ferreira, de 24 anos, nasceu com daltonismo, uma condição genética hereditária causada por alterações em genes localizados no cromossomo X, que afetam o funcionamento das células responsáveis por perceber as cores.
Ao Guiame, ele explicou: “É a ausência de uma célula específica que capta a luz colorida. Quando a luz bate num objeto e esse objeto é refletido para os meus olhos, eu perco a informação da cor desse objeto”.
Apesar de ser genético, Marcus só recebeu o diagnóstico aos 15 anos, com a ajuda de seu antigo pastor.
“Eu estava na antiga igreja, pintando a telha, e estava pintando tudo errado, porque eu não conseguia identificar, mas eu não sabia ainda. Aí o pastor Jorge começou a me fazer algumas perguntas sobre o que eu estava vendo. Ele falou que tinha um irmão na igreja que também tinha daltonismo e disse para eu fazer o teste”, relembrou ele.
E continuou: “Como é uma doença que você se autodiagnostica, porque tem vários testes na internet, na hora eu fiz e a gente descobriu que eu era daltônico. Depois também fui ao oftalmo para descobrir o meu tipo de daltonismo”.
Marcus no retiro. (Foto: Arquivo pessoal concedido ao Guiame)
Segundo Marcus, ele tinha tritanopia, uma forma de daltonismo que dificulta distinguir entre azul e verde, roxo e vermelho, além de amarelo e rosa. A condição também faz com que as cores pareçam menos brilhantes, e, por isso, ele não conseguia enxergar a maioria delas.
“Eu via por aproximação, por dedução. Se tinha alguma roupa com flores, eu presumia que devia ser amarela ou vermelha. Ou então, se tem uma roupa com folhas, eu presumia que fosse verde. Eu fazia essa conexão com o que eu sabia e deduzia. Por exemplo: em um desenho com um sol, eu sei que geralmente o sol é pintado de amarelo. Se tivesse alguma cor com o tom parecido, eu também presumiria que fosse amarelo. Mas não necessariamente eu via as coisas daquela forma”, explicou o jovem.
“Tinha pessoas na igreja que sempre falavam: ‘Marcus, você vai ser curado’. Eu falava ‘amém’, mas eu pensava: ‘Se Deus for me curar, tem que ser uma cura muito mais complexa’. Não que eu esteja limitando o poder do Senhor, mas como eu não tinha referência do que era o certo, eu nem saberia se tinha sido curado ou não. Então, eu precisava que viesse a cura e, ao mesmo tempo, que eu já enxergasse com a compreensão das cores”, acrescentou.
A cura de Marcus
No último fim de semana, Marcus participou de um retiro de jovens da Primeira Igreja Batista em Coelho da Rocha. Ele e sua esposa, Aline Ferreira, são um dos casais que atuam na liderança do ministério.
“No sábado, nós tivemos uma sala de oração, onde recebemos um desenho profético. O que eu recebi foi um DNA com um versículo de 1 Coríntios 12:27, que falava sobre o Corpo de Cristo e a importância de estarmos em unidade. E, nesse sábado, Deus me viu naquele lugar”, afirmou Marcus.
À noite, durante o culto, ele testemunhou: “Eu estava só adorando, não estava fazendo nada demais, nem pedindo a Deus por cura. Pelo contrário, eu estava orando e ministrando sobre outras pessoas. Enquanto isso, eu estava sendo tocado por Deus, e meus olhos estavam cheios d'água. Fechei os olhos para enxugar e, quando os abri, estava tudo meio embaçado”.
A arte profética que Marcus recebeu. (Foto: Arquivo pessoal concedido ao Guiame)
E continuou: “Eu fechei de novo, enxuguei meus olhos outra vez e percebi coisas diferentes, informações novas, mais brilho nas coisas. Mas até então eu não tinha entendido o que era. Nesse momento, pensei: ‘Eu devo estar muito cansado’”.
“Depois fui até o meu banco, peguei o telefone para ver a hora e vi uma foto do meu ensaio de casamento com a Aline, e ela estava colorida. Aí eu entendi. Automaticamente, eu fui no Google, pesquisei testes de daltonismo, abri todas as páginas que eu consegui e eu estava enxergando os números dentro. Então eu soube: ‘Eu estou curado’”, acrescentou.
Aline, esposa de Marcus, destacou: “Através disso, Deus mostra que Ele quebra realmente as maldições. No momento em que a gente se coloca diante Dele, Ele vai quebrando. E daqui para frente, é continuar nesse caminho de cura e milagres. A única coisa que eu sei é rir, eu só sei rir, porque eu já imaginei isso um dia. Eu orei por isso”.
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Conforme Marcus, ele nunca se preocupou em ser curado, pois já se sentia realizado em Jesus.
“Não era algo que eu pedia, porque eu conseguia ser um cristão satisfeito em Jesus mesmo sem enxergar as cores. Pelo contrário, eu me sentia amado quando eu via um campo de flores brancas no meio do mato. Eu já me sentia satisfeito em Cristo Jesus e feliz quando eu pegava o meu ônibus para trabalhar e via um campo de flores brancas e pensava: ‘Nossa, Jesus me ama tanto que Ele criou flores brancas para eu poder apreciar’. Mas, nesse retiro, tinha um jardim com flores amarelas, azuis, vermelhas e Deus faz muito além do que a gente imagina, muito além do que a gente pensa”, declarou ele.
E continuou: “Se Jesus me curou, Ele pode curar você também. Ele está presente aqui, tocou na minha vida, me encontrou. Nós temos um Deus de realizações, um Deus que olha para você onde você está e age na sua vida. Nós temos um Deus que, não importa onde você esteja, Ele te enxerga e realiza aquilo que precisa realizar na sua vida”.
Marcus e sua esposa, Aline Ferreira. (Foto: Arquivo pessoal concedido ao Guiame)
Edificação do Corpo de Cristo
Depois de ser curado, Marcus refletiu sobre o impacto que o milagre causou nos jovens que vivem tudo acontecer durante o culto:
“Eu sinto que foi algo mais para o Corpo de Cristo do que para mim. Eu acho que a nossa juventude precisava vivenciar isso, ter essa experiência de uma cura, até para aumentar a nossa fé. E, apesar de não ter pedido, a Bíblia fala que Deus faz muito mais do que a gente imagina, muito além do que a gente pensa. Então, apesar de eu não ter solicitado isso, Ele teve esse carinho e me proporcionou”.
“A nossa geração é uma geração que cresceu na igreja. Então, é uma geração que se acostumou com o sagrado. E, assim como os filhos de Eli, quando a gente se acostuma com o sagrado, a gente banaliza o que é santo. Mas eu acredito que essa experiência vai trazer um impacto para vida dos jovens e lembrar que: ‘Eu não estou só numa reunião. Eu não estou só num lugar onde a gente louva e a gente sente um arrepio. Deus está aqui. Deus existe. Ele faz coisas. Ele se movimenta. Ele é dinâmico. Ele é grande. Ele é expansivo. E Ele se faz presente. Então eu não vou mais me portar da mesma forma que eu estava’”, concluiu.