"Eles têm a própria legislação. Apenas matam pessoas", diz representante curdo sobre Estado Islâmico

Em reportagem, depoimentos de mulheres e homens refugiados no campo de Sharia se juntam às informações dadas por autoridades curdas, montando um quadro do massacre que o grupo terrorista tem promovido no Oriente Médio.

Fonte: GuiameAtualizado: quinta-feira, 5 de março de 2015 às 14:13

Na última quarta-feira (4), a Folha de S. Paulo publicou em seu canal oficial do Youtube, uma reportagem, mostrando a situação dos refugiados Yazidi no campo de Sharia, após a invasão de diversas cidades pelo Estado Islâmico no Iraque.

Depoimentos de mulheres e homens refugiados nos campos se juntam às informações dadas por autoridades curdas, montando um quadro do massacre que o grupo terrorista tem promovido no Oriente Médio.

"Eles nos levaram para um prédio de três andares. Havia muitas, muitas outras mulheres lá. Pessoas vinham, pedindo por elas. Alguns pediam cinco, outros pediam três... Pagavam em dólares ou armas. Nós ficamos presas em um quarto, eles trancaram a porta e ficamos sem comida e sem água por três dias. Na noite que eles disseram: 'Vamos levar vocês amanhã', conseguimos fugir", relatou Khazal Sharif, refugiada Yazidi.

O massacre sobre o povo Yazidi no ano passado representou o sofrimento de diversos outros grupos perseguidos pelo Estado Islâmico. Um dos motivos desta perseguição implacável- e possivelmente o principal deles - é que estes grupos não aceitam negar sua fé para seguir o islamismo (imposto pelos terroristas).

Segundo o enviado especial do governo regional do Curdistão para refugiados do EI, Noori Abdulrahman, o Estado Islâmico luta como um grupo que não tem qualquer princípio ou misericórdia.

"Você está lutando contra alguém que não tem misericórdia por nada. Eles não têm uma linha vermelha para nada. Eles têm a própria legalislação. Apenas matam pessoas, nada mais", disse.

Abdulrahman ainda informou (à época em que as imagens foram gravadas) que o número de pessoas desaparecidas - incluindo homens e mulheres - já beirava 4 mil e o número de desalojados chegava a 270 mil.

Clique no vídeo abaixo para conferir a reportagem: 

Arquivo
No início de fevereiro, o Estado Islâmico continuou a chocar o mundo com a postagem de um de seus vídeos sangrentos nas mídias sociais.

Ao decapitar 21 cristãos coptas em uma praia na Líbia, o grupo publicou o vídeo com uma legenda que dizia "O Povo da Cruz, seguidores da igreja egícpia hostil".

A publicação do vídeo e a legenda gerou comoção e mobilizou cristãos em diversas partes do mundo, que se posicionaram contra a perseguição religiosa.

Um projeto de lei que possibilita ao governo federal, um posicionamento mais drástico contra o terrorismo também foi apresentado pelo deputado federal Roberto de Lucena.

 

 

 

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