A Grécia está negociando com autoridades da UE (União Europeia) e o FMI (Fundo Monetário Internacional) novas medidas para colocar suas finanças em ordem, como parte de um pacote de resgate para tirar o país da crise em que se encontra, disseram fontes próximas ao assunto nesta quinta-feira (29).
As medidas discutidas incluem a elevação do VAT (Imposto sobre Valor Agregado, na sigla em inglês), que dos atuais 21% pode passar a até 25%, além de cortes nos bônus salariais do setor público, e de uma alta nos impostos sobre combustível, tabaco e álcool.
No último dia 23 o primeiro-ministro da Grécia, George Papandreou, disse que o país tem extrema necessidade do plano de ajuda financeira elaborado pela UE e pelo FMI.
- A hora chegou para a Grécia pedir ajuda (...) [O pacote] é uma necessidade, é uma necessidade extrema. É uma necessidade nacional. É imperativo que nós peçamos para ativar o mecanismo de ajuda.
O pacote de ajuda é baseado na criação de um fundo europeu de empréstimos bilaterais para a Grécia - um dos 16 países que utilizam a moeda comum europeia - complementado com uma ajuda do FMI. A previsão é de empréstimos de mais de R$ 105 bilhões (45 bilhões de euros).
Na terça-feira (27) a agência de classificação de risco Standard & Poor's rebaixou a nota da dívida soberana grega para nível especulativo. Nota de risco - ou rating - é uma nota sobre a qualidade do crédito de um país, que é levada em conta por investidores, que procuram países ou empresas que tenham as classificações mais altas, tomadas como indicadores de que não levarão calote.
Em 2009, o saldo negativo fiscal grego chegava a 13,6% do PIB (Produto Interno Bruto, que é a soma das riquezas de uma nação). A dívida pública, por outro lado, chegava a 115,1% desse mesmo indicador.