Ao lançar no último dia 18 de junho, o Portal do Professor, na internet, o ministro da Educação, Fernando Haddad, disse que não basta levar o computador e a banda larga às escolas, mas que é preciso cuidar dos conteúdos digitais e educacionais e da formação dos professores. ''No ambiente virtual, o professor não será passivo. Ele vai construir seu plano de aula, pesquisar, trocar práticas pedagógicas com colegas, vai ter um mundo aberto à sua frente.''
O ministro informa aos professores que o portal dá acesso a objetos de aprendizagem construídos por universidades do mundo todo e recolhidos por uma equipe de 50 professores e 150 estudantes de universidades públicas. O espaço virtual aberto hoje vai permitir ao professor ''alternativas á aula tradicional e acesso ao vídeo, ao áudio, à navegação por museus, portais de textos digitais'', disse Haddad. O ministro avalia também que a inclusão digital bem feita ? computador na sala de aula, acesso à internet e professor preparado para o uso das ferramentas ? afeta positivamente a qualidade da educação.
Outra vantagem dos computadores nas escolas é que para navegar na internet o aluno precisa ler e escrever. ''Então vamos ganhar também na aprendizagem da Língua Portuguesa?, explica Haddad. A inclusão digital em línguas estrangeiras é um dos próximos desafios que tem a Secretaria de Educação a Distância (Seed/MEC). Espanhol, inglês e francês são as línguas que devem entrar primeiro no Portal do Professor. A outra iniciativa será criar um manual de navegação impresso para usar nos programas de capacitação de professores. Para o ministro, desafio é ''superar limites''.
Segundo o secretário de Educação a Distância, Carlos Eduardo Bielschowsky, além de congregar instituições nacionais, o Portal do Professor vai receber mais 600 objetos educacionais de diversos países, entre eles, Argentina, Chile e Colômbia.
Parceria
O Portal do Professor, que é um ambiente virtual de pesquisa e interativo, e o Banco internacional de Objetos Educacionais integram a política de qualificação da infra-estrutura das escolas da educação básica públicas urbanas e rurais. As escolas recebem laboratórios de informática e banda larga (acesso rápido à internet) e o MEC, em conjunto com as universidades e os sistemas de ensino estaduais e municipais, qualifica os professores nessas ferramentas. A política desenvolvida pelo Ministério da Educação é realizada em parceria com diversas áreas do governo federal, entre elas, os ministérios de Ciência e Tecnologia, Comunicações e Cultura.
Para a secretária de Educação Básica, Maria do Pilar, o portal é ''um ambiente amigável'' que favorece o contato do professor com as novas mídias e diminui a distância entre as gerações. ''Dentro das escolas há um choque de gerações. Os alunos utilizam melhor as ferramentas do que os professores''. Para Pilar, o Portal do Professor abre caminho para reduzir essas distâncias.
Portal
Espaço pra troca de experiências, o Portal do Professor traz seis itens: espaço da aula, jornal do professor, recursos educacionais, cursos e materiais, interação e colaboração e links.
O espaço da aula, por exemplo, oferece sugestões e orientações de aulas que podem ser comentadas e classificadas. O acesso é livre, sem necessidade de senha. Nesta quarta-feira, 18, o espaço traz 68 sugestões de aulas. Os professores podem também criar aulas e deixá-las no banco para acesso e edição posteriores e consultar aulas criadas por outros professores.
O item recursos educacionais coloca a multimídia ao alcance do professor. Os recursos são de acesso livre de senha e podem ser baixados no computador ou copiados em CD-rom, pendrive e, ainda, comentados e classificados. Hoje estão disponíveis 501 recursos. Neste item, o professor também pode participar de chat nas disciplinas de artes, ciências, história, geografia, línguas, matemática e tecnologia; de fórum, acessar notícias e fazer pesquisas sobre educação.
Em recursos educacionais, o professor vai encontrar seis recursos multimídia: áudio, vídeo, imagem, experimento, mapa, animação e simulação. No item experimento, por exemplo, a extração do DNA da cebola sugere ao professor a montagem de uma aula de ciências para as séries finais do ensino fundamental ou do ensino médio, sobre os conhecimentos básicos da extração de material genético (DNA) utilizando uma cebola.