Rafael Bussamra foi o responsável pelo atropelamento do filho de Cissa Guimarães, Rafael Mascarenhas O 2º Tribunal de Júri vai interrogar, em audiência marcada para as 14h desta quarta-feira (17), os dois réus envolvidos no caso do atropelamento do filho da atriz Cissa Guimarães, no dia 20 de julho de 2010. De acordo com a advogada da família da atriz, Letícia Lins e Silva, a expectativa é de que a audiência desta quarta-feira seja a última.
- Essa é a nossa expectativa, porém, em uma audiência, tudo pode acontecer.
Ainda segundo a advogada, a defesa teria pedido para que outras testemunhas sejam ouvidas e por, esse motivo, não deverá haver, durante a audiência, debates orais.
- O juiz, provavelmente, irá fazer o interrogatório para decidir sobre essas questões, e devido à complexidade do caso será pedido para que as partes apresentem as alegações por escrito.
Para Letícia, no entanto, a maior expectativa é a decisão em levar os réus Rafael Bussamra e o pai dele, Roberto Bussamra, a júri popular. Segundo a advogada, isso somente não irá acontecer se o juiz entender que o acidente não tenha sido doloso, ou seja, sem a intenção de matar.
- Se o juiz decidir levar o caso a júri popular, será marcada uma data de acordo com a conveniência do júri, porém não haverá mais nenhuma audiência. Sendo assim, acredito que o caso não se estenderá por muito mais tempo.
Também estavam envolvidos no caso os ex-policiais militares Marcelo José Leal e Marcelo Bigon, acusados de aceitar propina de Roberto Bussamra. Segundo as investigações, os dois PMs exigiram R$ 10 mil do pai de Bussamra para liberar o filho depois do acidente.
Além de cobrar propina, eles foram acusados também de falsificar o boletim de ocorrência e de deixar o posto de patrulhamento para escoltar o carro do atropelador. Caso sejam condenados, os policiais podem pegar de três a oito anos de prisão. Ambos foram expulsos da PM no dia 5 de outubro do ano passado.
Ainda de acordo com a advogada, o processo contra os policiais está suspenso porque um deles alegou insanidade mental. Segundo ele, quando há um incidente desse tipo, o processo tem que ficar suspendo até que o juiz defina se o caso é procedente ou não.
- Caso seja detectada a incidência mental, o juiz pode aplicar uma medida de segurança, que pode ser uma pena em um hospital psiquiátrico ou uma internação.
No dia 7 de dezembro de 2010, o juiz do 2º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro, Paulo de Oliveira Lanzelotti Baldez, determinou que os demais acusados de participar do pega pagariam salários mínimos ou cestas básicas como pena pelo crime.
De acordo com a decisão, Gabriel Henrique de Souza Ribeiro, que dirigia o outro carro envolvido no pega, teve que pagar dez salários mínimos ou cestas básicas à ABBR (Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação) e teve sua carteira de motorista suspensa pelo prazo de um ano.
Já Guilherme de Souza Bussamra, irmão de Rafael Bussamra, pagou a metade do valor em dinheiro ou cestas básicas, para a mesma instituição. Os réus aceitaram a proposta do Ministério Público Estadual.
O acidente
O túnel Acústico, onde ocorreu o acidente, estava interditado na noite de 20 de julho de 2010 para manutenção. No local, a vítima andava de skate com amigos.
Dois carros que seguiam no sentido zona oeste resolveram voltar para a zona sul e usaram a saída de emergência no meio do túnel. Quando seguia em direção à zona sul, o carro de Bussamra atingiu Mascarenhas.
O veículo estava a quase 100 km/h e o jovem foi arremessado a uma distância de cerca de 50 m, morrendo horas depois no hospital. Os outros skatistas contaram em depoimento que os motoristas apostavam corrida, mas os acusados negam.