A delegada seccional de Guaratinguetá, Sandra Maria Pinto vergal, disse ao G1 que as duas adolescentes desaparecidas desde quarta-feira (23) na zona rural de Cunha e encontradas mortas na manhã desta segunda-feira (28) estavam vestidas e as duas apresentavam corte de faca no pescoço. Os corpos foram encontrados em um local de mata a cerca de 8 km do ponto onde as meninas sumiram.
Moradoras na zona rural, Josely Laurentina de Oliveira, de 16 anos, e a irmã dela, Juliana Vania de Oliveira, de 15, foram vistas pela última vez ao descer do ônibus escolar por volta das 18h30, a cerca de 1 km da casa delas. Os corpos foram encontrados pela polícia na manhã desta segunda-feira (28) após uma operação que envolveu helicópteros e cães farejadores durante todo o fim de semana. "Possivelmente elas foram mortas na mesma data. Elas têm corte no pescoço, mas ainda não foi feita a autópsia e não se sabe se esta é a causa da morte, porque Cunha é distante de Guaratinguetá. Só no finzinho da tarde é que o IML (Instituto Médico-Legal) vai dizer a causa mortis ", afirmou.
A delegada disse também que só o IML poderá determinar se as meninas sofreram ataque sexual. "Elas foram encontradas vestidas. A gente não pode tirar a roupa delas. Só o médico legista", disse a delegada.
Ela descarta que as meninas tenham sido levadas de carro até o local onde seus corpos foram encontrados. "Para chegar lá é preciso ir a pé. É roça", afirmou. A polícia trabalha com mais de um suspeito. "Tem alguns suspeitos, mas estão sendo investigados ainda. Muitas pessoas estão sendo levadas para a delegacia", afirmou.
Nesta segunda-feira, amigos da família informaram que os pais das adolescentes estão sob efeito de medicamentos. Na sexta-feira, a mãe das meninas disse que a família tem boas relações com toda a vizinhança e descreveu as filhas como trabalhadoras e sociáveis.
"Temos amizade com todo mundo. Elas têm muito carinho pela família. A gente não brigava. Elas são muito carinhosas e nunca fizeram coisa errada. São muito trabalhadeiras e não fazem nada escondido dos pais. Tudo o que fazem contam", disse Iracema Maria Teixeira de Oliveira.
Estudante de administração, a irmã mais velha das meninas, Betânia, de 17 anos, disse ao G1 que elas estudam regularmente, não têm vícios e ajudam na limpeza da Paróquia Nossa Senhora da Conceição, onde o pai é catequista. Elas faziam a leitura da liturgia e Josely cantava durante a missa.
Josely estava no segundo ano do segundo grau e Juliana no primeiro. Os pais são casados há 19 anos e a família tira a renda da produção rural. "A Juliana sonha ser modelo. A Josely eu não sei. Ela gosta de falar que queria ser feliz", afirmou Betânia na sexta-feira.