Segundo o cardiologista do Instituto do Coração (Incor) Bruno Caramelli, o acidente vascular cerebral (AVC) é a causa mais comum de mortalidade em quase todas as regiões do país, exceto São Paulo. "Em países desenvolvidos, o infarto é a primeira causa de morte e o AVC ocupa o terceiro lugar. Na capital paulista, talvez haja preocupações, cuidados e comportamento similares aos europeus. Aqui, o infarto mata mais", explica. Entenda a diferença entre os dois acidentes vasculares:
Um ataque cardíaco (também chamado de infarto do miocárdio) é quando parte do músculo cardíaco é danificado ou morre, porque não está recebendo oxigênio suficiente. Normalmente, o oxigênio é transportado para o coração através do sangue que flui pelas artérias coronárias e que nutrem o músculo cardíaco. A maioria dos ataques cardíacos é causada por um bloqueio dessas artérias, comumente causado pela aterosclerose: uma acumulação de depósitos de gordura (chamadas de placas) no interior da artéria e o endurecimento de suas paredes. A formação é como o lamaçal que se acumula em uma tubulação e faz com que a água flua cada vez mais lentamente.
Ataques cardíacos também ocorrem muitas vezes porque se forma um coágulo de sangue dentro de uma artéria coronária, bloqueando totalmente o fluxo sanguíneo. Eles costumam se formar especialmente onde há placa que tenha rachado ou danificado de alguma maneira. Os sintomas de um ataque cardíaco incluem: aperto, pressão ou dor no peito, falta de ar, desconforto na parte superior do corpo (braços, ombros, pescoço, costas), náuseas, vômitos, tontura, vertigem e sudorese.
A dor de um infarto pode ser sentida como uma acidez estomacal forte. Se você se sente fraco, um pouco tonto ou desmaia, ou se tem uma fadiga repentina e esmagadora, não ignore esta dor ou mal-estar. Se você acha que está tendo problemas de coração ou um ataque cardíaco, busque ajuda imediatamente. Quanto mais cedo você começar o tratamento maior será a probabilidade de que os médicos possam evitar que novos danos ocorram no músculo cardíaco.
Os fatores de risco para um ataque cardíaco são: cigarro, diabetes, colesterol alto, histórico familiar, pressão arterial alta, arteriosclerose, sedentarismo, estresse, obesidade e sexo (gênero). "Mais homens têm ataques cardíacos, embora a doença cardíaca seja a principal causa de morte em mulheres", afirma o especialista. Outro fator determinante é a idade. O risco aumenta em homens com mais de 45 anos de idade e mulheres acima dos 55 ou após a menopausa. Aproximadamente 83% das pessoas que morrem de doença cardíaca têm mais de 65 anos.
Acidente vascular cerebral
O AVC é causado por uma obstrução em uma artéria que leva sangue ao cérebro. Ao parar o fluxo de sangue em uma parte de seu cérebro, esta região é danificada. Você pode perder a capacidade de executar atividades que são controladas por essa área do cérebro, tais como falar ou mover um braço ou uma perna.
O AVC é mais comum em homens que em mulheres. Na maioria das faixas etárias, mais homens do que mulheres terão um acidente vascular cerebral. No entanto, mais da metade do total de mortes ocorre em mulheres. Em todas as idades, mais mulheres que homens morrem de derrame. O uso de pílulas anticoncepcionais, ingestão de doses hormonais, e a gravidez representam riscos especiais às mulheres.
Veja que fatores de risco para AVC podem ser mudados, tratados ou controlados:
Hipertensão
A pressão arterial alta é a principal causa de acidente vascular cerebral e o risco mais fácil de ser controlável. O tratamento eficaz da hipertensão é uma das principais razões para o declínio acelerado das taxas de morte por acidente vascular cerebral.
Tabagismo
Substâncias como a nicotina e o monóxido de carbono do cigarro danificam o sistema cardiovascular de muitas maneiras. O uso de contraceptivos orais combinados com o tabagismo aumenta o risco de AVC.
Diabetes
Muitas pessoas com diabetes também têm pressão arterial elevada, colesterol alto e estão com sobrepeso. Embora a diabetes seja tratável, a presença da doença ainda aumenta o risco de acidente vascular cerebral.
Doenças do coração
Pessoas com doença coronária ou insuficiência cardíaca têm maior risco de acidente vascular cerebral do que aqueles com corações que funcionam normalmente. A cardiomiopatia dilatada (dilatação do coração), doença da válvula do coração e alguns tipos de cardiopatias congênitas também aumentam o risco de AVC.
Colesterol alto
Pessoas com colesterol alto têm um risco maior de sofrer arteriosclerose, a formação de placas nas artérias, que obstrui o fluxo sanguíneo.
Má alimentação
Dietas ricas em gordura saturada, gordura trans e colesterol podem aumentar os níveis de colesterol ruim (LDL) no sangue. As ricas em sódio (sal) podem contribuir para o aumento da pressão arterial e, se há excesso de calorias, pode levar à obesidade.
Sedentarismo e obesidade
Obesos e sedentários podem aumentar o risco de pressão alta, colesterol alto, diabetes, doenças cardíacas e derrames.