Um estudo do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da USP (Universidade de São Paulo) vai investigar a eficiência de dois antirretrovirais para o tratamento de crianças infectadas pelo vírus HIV, que pode provocar a Aids. A pequisa é encabeçada pelo Núcleo de Estudos sobre Infecção Materna, Perinatal e Infantil da ifaculdade, em parceria com o NIH (Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos).
De acordo com com a Marisa Mussi Pinhata, professora do Departamento de Puericultura e Pediatria da faculdade e coordenadora da pesquisa, a meta é verificar se os medicamentos Raltegravir e Vicriviroc são efetivos para o controle da infeção por HIV em crianças que passam por tratamentos sem bons resultados.
Os protocolos do estudo, segundo Marisa, são avaliados pelo Conep (Conselho Nacional de Saúde) e pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), organismos nacionais que regulam a pesquisa clínica.
O HIV pode se tornar resistente a estes medicamentos em apenas algumas situações, já que na maioria dos casos as crianças reagem bem ao tratamento inicial, diz Marisa.
- As crianças podem adquirir o vírus resistente da mãe, por exemplo. O aparecimento da resistência pode ser por uso irregular de medicação ou até mesmo pelo uso prolongado. Cada situação é única.
Dados do UnAids (Programa das Nações Unidas sobre HIV/Aids) indicam que, em 2008, 430 mil crianças e adolescentes foram contaminadas com o vírus HIV e o número de mortes em consequência da doença chegou a 280 mil em todo o mundo.
Nos últimos oito anos, foram 77 mil mortes só na América Latina, que passou de 6,2 mil para 6,9 mil crianças infectadas neste mesmo período.