O pouco espaço de tempo entre duas gravidezes pode aumentar a chance do segundo filho nascer com autismo. É o que sugere um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Columbia, em Nova York, nos Estados Unidos, baseado em mais de meio milhão de crianças.
O autismo é um distúrbio neurológico que se caracteriza por desvios na comunicação e interação social. Aparece geralmente antes dos três anos de idade.
Crianças nascidas com menos de dois anos após seus irmãos mostraram-se consideravelmente mais propensos a ter um diagnóstico de autismo se comparados com aqueles que nasceram depois de pelo menos três anos.
Quanto mais cedo a criança foi concebida, maior a probabilidade dela receber o diagnóstico, segundo os pesquisadores. O efeito foi encontrado em filhos de pais de todas as idades, diminuindo a chance de ser considerado a idade dos pais como fator resultante.
Os pesquisadores levaram em conta outros fatores de risco para o autismo e ainda observaram o efeito do espaçamento entre os nascimentos. Para o autor do estudo, Peter Bearman, da Universidade de Columbia em Nova York, o resultado foi chocante.
- Não importa o que fizemos, se estamos olhando para a gravidade do autismo, olhando para a idade ou olhando para todas as diversas dimensões que poderíamos pensar, nós não poderíamos nos livrar desse achado.
Ainda assim, ele afirma que mais estudos são necessários para confirmar a ligação do nascimento de espaçamento.
As gravidezes pouco espaçadas estão aumentando nos Estados Unidos porque as mulheres estão adiando o parto e por causa da gravidez não planejada. Dados do governo mostram que este tipo de gravidez - cujos bebês nascem com menos de dois anos de diferença aumentou de 11% de todos os nascimentos em 1995 para 18% em 2002.
As razões por trás do autismo e do espaçamento entre os nascimentos não são claras. Pode ser que os pais fiquem mais propensos a notar problemas de desenvolvimento quando os irmãos têm idades muito próximas, afirma Bearman.
Fatores biológicos também são considerados pelos pesquisadores. Isso porque, segundo o pesquisador, a gravidez esgota nutrientes da mãe como o folato, uma vitamina B encontrada em vegetais de folhas verdes, frutas cítricas e feijão.
Uma pesquisa anterior que também estuda os efeitos de nascimentos muito próximos associou o fato ao baixo peso dos bebês e a prematuridade, considerando como causa a falta de ácido fólico.
Os pesquisadores analisaram nascimentos entre 1992 a 2002 na Califórnia. A partir disso, cruzaram dados sobre os segundos filhos dos mesmos pais cujos irmãos mais velhos não tinham autismo.
No estudo, a prevalência do autismo foi inferior a 1%. De todas as 662.730 crianças nascidas na segunda gravidez, 3.137 tinham diagnóstico de autismo. Das 156.034 crianças nascidas menos de um ano após o nascimento de seus irmãos mais velhos, 1.188 tinham diagnóstico de autismo - uma taxa mais elevada, mas ainda inferior a 1%.
Crianças com síndrome de Asperger e tVocê tem entre 40 e 50 anos e está se sentindo no fundo do poço. Você, a torcida do Flamengo, do Corinthians, do Manchester e do Milan. A crise da meia-idade está nas estatísticas.
Isso muita gente já imaginava. Difícil é imaginar que quanto mais os anos forem passando, mais feliz você será. E que isso também está estatisticamente provado.
Os números apareceram quando, no final do século 20, um ramo da economia começou a estudar e a medir quantitativamente a felicidade, a partir de pesquisas populacionais.
Os principais fatores observados foram gênero (mulheres são, em média, mais felizes), personalidade (neurótica ou extrovertida), circunstâncias (relacionamentos afetivos, educação, renda) e idade.
Seria lógico concluir que, no último quesito, a felicidade é uma linha que começa no alto, nos anos dourados da juventude, e entra em queda contínua na medida
em que também caem cabelos, vigor físico, estrógeno e testosterona, entres outros.
Mas não foi isso o que as pesquisas mostraram. A relação entre felicidade e idade é uma curva em "U": começa alta, atinge o ponto mais baixo na faixa entre 40 e 50 anos e parte para uma linha ascendente na velhice --agora, chamada de terceira idade.
A geração que passa a ocupar o lugar de terceira idade tem a expectativa de passar muito anos nessa fase da vida. Quem não acreditava em ninguém com mais de 30 anos chegou à faixa que vai dos 46 aos 65.
"Uma característica dessa geração é o caráter de inovação e transgressão. A cada nova etapa da vida (adolescência, vida adulta), essas pessoas mudaram radicalmente o modelo anterior, e isso deve acontecer na fase do envelhecimento", diz a psicóloga Luna Rodrigues Freitas Silva.
Silva fez sua tese de mestrado em medicina social, na Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro), sobre a experiência de envelhecer da geração que nasceu entre 1946 e 1964.
"Está sendo criado um novo modelo para a velhice, que tem a ver com a busca de atividades que tragam satisfação", diz ela.
Essa busca reflete outra característica geracional: a ideia de deixar uma marca pessoal. "A terceira idade pode se apresentar como o momento certo para aprofundar as características individuais", acredita a psicóloga.
Tempo, dinheiro e desobrigação de constituir família seriam condições ideias para buscar alternativas de atividades e criar novos laços afetivos, eróticos ou não.
JUVENTUDE
Para Silva, querer preservar a juventude para realizar renovações é positivo, mas a obrigação de permanecer jovem e não aceitar a transformação do tempo é complicada e traz sofrimento.
Talvez o maior desafio dessa geração, marcada por ideais de liberdade, seja o de manter a autonomia para fazer tudo isso.
"O ideal de saúde é mais um entre outros que a gente compartilha. Só que o discurso da prevenção chegou um pouco tarde para quem está beirando os 50. Com a obrigação social de ser saudável, corre-se atrás do prejuízo." ranstornos invasivos do desenvolvimento, as formas mais leves de autismo, não foram incluídas na pesquisa. Estudos realizados pelo governo indicam cerca de uma a cada 100 crianças com distúrbios do autismo, incluindo as formas mais leves.