Verificando a real conversão dos seus filhos

A realidade é que muitos pais “correm para Deus”, quando os problemas já tomaram uma proporção quase insuportável.

Fonte: Guiame, Magali e Sergio LeotoAtualizado: quinta-feira, 2 de maio de 2019 às 15:08
(Foto: Reprodução/Fortalecendo a Família)
(Foto: Reprodução/Fortalecendo a Família)

A maior alegria que um pai cristão pode ter, é desfrutar da certeza de que seus filhos já tiveram uma verdadeira experiência de conversão – e como consequência disto, viverão eternamente com Jesus, por fazerem parte da Família de Deus!

Infelizmente, muitos pais não têm esta alegria e passam momentos de grande angústia, sofrimento, dúvida, derramando-se em lágrimas diante do Criador, clamando a Ele por misericórdia, livramento e oportunidades de conversão aos seus filhos.

Um Movimento lindo, iniciado há alguns anos em Belo Horizonte e que já se espalhou por todo o Brasil (sendo referencial positivo para famílias com este quadro), é o “Desperta Débora: mães que oram por seus filhos”, com milhares de testemunhos de livramentos e conversões. São mães, cujos filhos têm diferentes tipos de problemas. Elas marcam uma reunião com a finalidade de compartilhar e orar umas pelas outras.

Existe então o clamor ao Senhor, muitas vezes a espera perseverante e a cada reunião, a renovação da confiança nAquele que ouve orações e que age também. Os testemunhos da ação de Deus na vida de tantos garotos e garotas, estimulam outras mães a não desanimarem, diante dos problemas de seus filhos.

Diante do relato de um amigo ou familiar, que sofre com um filho que anda longe dos caminhos do Senhor, não podemos ser insensíveis: como cristãos, devemos tentar ajudar e “carregar as cargas” destes irmãos (Gl 6:2). É hora de ajudar e não de discutir. Quando a dor é intensa, não há o menor clima para questionarmos, por exemplo: a criação dos filhos, a ausência dos pais, o tipo de cristianismo vivido no lar etc. Este artigo, no entanto, é uma boa oportunidade para avaliarmos alguns destes aspectos.

A RESPONSABILIDADE DOS PAIS

A realidade é que muitos pais “correm para Deus”, quando os problemas já tomaram uma proporção quase insuportável. Muitas dificuldades seriam contornadas, se estes adultos desenvolvessem diariamente sua intimidade com o Senhor e agissem com seus filhos, utilizando a Sabedoria já revelada na Bíblia.

Deus deixou instruções muito claras, sobre a responsabilidade que cada pai tem, de ensinar a Palavra do Senhor aos seus filhos:

Dt 6:5-9: “Ame o Senhor, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todas as suas forças. Que todas estas palavras que hoje lhe ordeno estejam em seu coração. Ensine-as com persistência a seus filhos. Converse sobre elas quando estiver sentado em casa, quando estiver andando pelo caminho, quando se deitar e quando se levantar. Amarre-as como um sinal nos braços, e prenda-as na testa. Escreva-as nos batentes das portas de sua casa e em seus portões” (NVI).

Você notou que esta passagem, ANTES de falar sobre o que devemos transmitir aos filhos, fala sobre uma ATITUDE DEVOCIONAL PESSOAL que os pais devem cultivar diante de Deus? (Ame ao Senhor… de TODO o TEU coração, alma e forças… Que TODAS estas palavras estejam em TEU coração…).

É incrível como conseguimos lembrar da segunda parte do texto acima (o detalhamento sobre o ensino), mas “esquecemos” o início do texto, que alerta sobre a necessidade de PRIMEIRO desenvolvermos o nosso amor a Deus, para DEPOIS ensiná-lo aos nossos filhos!

DANDO UM BASTA AO “JOGO DO EMPURRA”

Muitos casais passam pelo famoso jogo de “empurra”, quando se trata de ensinar a Palavra de Deus: – “A responsabilidade é sua!”, diz a esposa; – “Nada disso: você é a responsável!”, diz o marido; – “Quer saber? Os responsáveis são o pastor, a Igreja, o departamento de crianças, de jovens …”, dizem os dois, empurrando a responsabilidade para quem mais aparecer por perto. ASSIM NÃO DÁ!

É claro que a Igreja poderá ajudar a comunicar o Evangelho! É claro que pastores e líderes terão toda a boa vontade em “traduzir” conceitos difíceis, através de palavras simples, para que seus filhos cheguem a fazer um compromisso com Deus! Mas a primeira responsabilidade é dos pais!

Isto acontecerá, quando pais que cultivam um relacionamento de intimidade com Deus, ensinarem o que tem vivido e aprendido dEle, aproveitando situações comuns como: “estando sentados em casa, andando pelo caminho, quando deitar ou levantar, sendo persistentes”. Só os pais têm estas ótimas oportunidades! Que tal decidir AGORA ser instrumento de Deus na vida de seus filhos?

Para isto: CULTIVE sua amizade com o Senhor; CLAME pela Graça, Poder e Sabedoria de Deus, para realizar esta tarefa; VIVENCIE esta intimidade com Ele, diante de seu cônjuge e filhos; INSTRUA seus filhos a conhecerem, amarem e buscarem ao Senhor, obedecendo a Sua Palavra.

ADOLESCÊNCIA: TEMPO DE REFLETIR

A certeza da Salvação, pode ocorrer desde a infância. Temos centenas de testemunhos maravilhosos, de irmãos que entenderam a pregação do Evangelho, manifestando-se com decisões sinceras, ainda quando crianças. Muitos pais, no entanto, sofrem com as dúvidas e crises de seus filhos, em outro momento da vida: a Adolescência. Dentre as várias fases, esta é uma das que mais preocupa os pais. Sendo assim, vamos tentar explicá-la melhor.

A adolescência traz consigo, a necessidade de repensar, refletir e reavaliar os conceitos e valores aprendidos desde a infância. Nesta etapa, eles querem explicações lógicas e racionais para tudo. Este é um processo que acontece com todo o ser humano. Não há como fugir dele, por mais que se tente, para desespero de muitos pais, que se sentem despreparados para as respostas. Entretanto é importante que estes questionamentos apareçam, pois fazem parte do caminho do adolescente, em direção à maturidade.

Podemos afirmar, sem sombra de dúvida, que de todas as “crises existenciais” pelas quais o adolescente passa, as dúvidas sobre a fé estão entre as mais difíceis de serem assimiladas por eles.

ÉPOCA DE CONVERSÕES SINCERAS

É na Adolescência onde ocorre o maior índice de conversões sinceras e reais. Buscam conhecer mais a Deus e O querem como um Ser Vivo e Pessoal, sem burocracias e ritualizações. É neste contexto que a Salvação de Cristo pode alcançá-los. Precisam aproximar-se de pessoas que comuniquem as verdades bíblicas, de uma forma clara, simples e objetiva.

O adolescente precisa de bons exemplos. Assim, cabe aos pais e líderes, através de suas vidas, mostrar a eles o que é ser um verdadeiro discípulo de Cristo. Esta faixa etária, certamente não está interessada em complicações teológicas e nem mesmo em uma religiosidade “de palavras”. Eles procuram a coerência entre o que se fala e o que se vive. Sentem-se motivados e impressionados, quando observam alguém com uma vida de fé, caracterizada pela adoração, pela dedicação sincera e pela disposição de servir a Cristo.

O exemplo dos pais é uma das influências mais fortes, na vida do adolescente, no que diz respeito à vida cristã. Mesmo sem que os pais percebam, seus filhos os estão observando em tudo: atitudes, quando lidam com tensões; como reagem às tentações; como manifestam perdão, etc.

Além do exemplo de uma vida comprometida com Deus, os pais podem ajudar seus filhos nesta “crise de fé”, estando atentos às reações destes. Com um diálogo amigo e honesto, podem descobrir suas dúvidas, procurando resolvê-las. Quando não souberem as respostas, sejam humildes em admitir. Comprometam-se em pesquisar melhor o assunto, para terem respostas satisfatórias mais tarde.

DÚVIDAS SOBRE CERTEZA DE SALVAÇÃO

O adolescente passa por tantas turbulências emocionais, que mesmo depois de uma real conversão, ainda podem surgir dúvidas de Salvação. Nestes momentos é importante mostrar a eles, que a certeza da Salvação não depende de sua emoção ou “estado de espírito”.

Quando nos entregamos ao Senhorio de Cristo, a fidelidade de Deus entra em ação. Não depende de estarmos sentindo ou não. Ele continua fiel as Suas promessas, apesar de nossa desconfiança. Quando o Senhor promete, Ele cumpre, pois não tem esta instabilidade emocional, tão comum aos homens:

“Deus não é homem, para que minta; nem filho do homem para que se arrependa. Porventura, tendo Ele prometido, não o fará? Ou tendo falado, não o cumprirá?” (Nm 23:19)

“Toda boa dádiva e todo dom perfeito é lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança.” (Tg 1:17)

Caso ocorra a incerteza de Salvação, relembre a eles alguns destes importantes versículos:

Ef 2:8-9: “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não de obras para que ninguém se glorie.”

Rm 5:8: “Mas Deus prova o Seu amor para conosco, pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores.”

Rm 10:9: “Se com tua boca confessares a Jesus como Senhor, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo.”

Rm 8:16: “O próprio Espírito testifica com o nosso espírito, que somos filhos de Deus.”

A IMPORTÂNCIA DO DISCIPULADO

Após Sua ressurreição, Jesus deixou uma responsabilidade a todos nós – FAZER DISCÍPULOS!

Mt 28:19-20: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século”.

O filho que se converte, deve passar por um processo de discipulado, com pessoas maduras e fiéis a Cristo, que se tornem muito mais do que “professores de Bíblia” – eles devem ser BONS EXEMPLOS A SEREM IMITADOS.

Não há maior recompensa, do que ver um filho alcançando a maturidade cristã, como resultado do interesse, amor, incentivo e exemplo de discipuladores, sejam eles: pais, líderes ou amigos. Esta influência positiva, contribuirá em muito para que se tornem adultos verdadeiramente comprometidos com Deus.

DESAFIO PARA OS PAIS: Que tal fazer dos seus filhos, os seus discípulos?

Por Sergio Leoto (pastor) e Magali Leoto (psicóloga) escritores, palestrantes e trabalham junto às famílias, através do ministério “Fortalecendo a Família”, desde 1990.

* O conteúdo do texto acima é de colaboração voluntária, seu teor é de total responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do Portal Guiame.

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