Graças à internet, as crianças hoje têm acesso a todos os tipos de informações - e nem todas elas são benéficas. Na verdade, segundo as estatísticas, 70% dos adolescentes usam smartphones, 80% dos pais não sabem como monitorar as atividades on-line de seus filhos e 46% dos adolescentes disseram que mudariam seu comportamento on-line se soubessem que estão sendo monitorados por seus pais.
Para ajudar os pais a ter mais controle sobre a tecnologia e manter seus filhos seguros na internet (longe da pornografia e da pedofilia) Matt McKee - que é pastor, marido e pai - lançou o livro "Parent Chat: The Technology Talk for Every Family" ("Papo de Pais: A Conversa Sobre Tecnologia para Cada Família").
"Quero ajudar os pais a acompanharem seus filhos para que estes tenham um relacionamento saudável com a tecnologia", disse McKee ao site 'Gospel Herald' durante uma entrevista em Orlando, na Flórida.
"Esse controle dos pais, esse relacionamento familiar vai realmente superar qualquer tecnologia que já foi criada. Os pais têm que estar prontos para terem uma conversa com seus filhos e dispostos a entender a maneira como seu filho está lidando com qualquer dispositivo de tecnologia. Onde os pais devem começar? Têm que conseguir fazer as perguntas abertamente e deixar que seus filhos saibam que isso é sinal de cuidado e confiança neles", acrescentou.
A paixão da McKee por ajudar os pais a navegar com sabedoria no mundo da tecnologia decorre de sua própria experiência pessoal. Muitos anos atrás, ele ficou consternado ao saber que seu filho de 9 anos tinha acessado sites pornográficos, enquanto estava na casa de um amigo.
Ele lembrou: "Meu filho veio até mim e disse: 'Papai, você sabia que o Super-Homem e a Mulher Maravilha tiravam suas roupas às vezes?'. Eu sabia que ele tinha sido exposto à pornografia e aquilo quebrou o meu coração de pai, mas também me soou como um alerta de que tínhamos um problema de conectividade".
Pastor Matt, que tem dois filhos, explicou que a maioria dos pais olham para a tecnologia com medo e alertou que muitas vezes isso acaba sendo um obstáculo para o diálogo aberto.
"Quando você está com medo, você não pode assumir a liderança de uma situação", disse McKee. "Você não pode liderar uma empresa, não pode liderar sua família. Então é preciso dar esperança aos pais".
Em seu livro, McKee discute como as diferentes idades pensam sobre tecnologia, dá soluções práticas e oferece opções para o uso da tecnologia. Ele disse que, frequentemente, os pais abordam a tecnologia de uma perspectiva prática, perguntando o que ela pode fazer por eles. No entanto, as crianças abordam a tecnologia por causa da curiosidade, simplesmente perguntando: "O que ele faz?".
"Para criar uma conexão forte e ajudar seus filhos a ter um melhor relacionamento com a tecnologia, os pais precisam começar a ser mais curiosos sobre o que os dispositivos e aplicativos realmente fazem", explicou McKee. "Então, eles podem ajudar a dar um propósito edificante à tecnologia. Quando a tecnologia tem uma finalidade, então os pais podem manter tornar seus responsáveis. Os pais não estão dando propósitos à tecnologia, mas estão dizendo: 'Eu não tenho ideia do que estou fazendo'. Por causa disso, as crianças não têm um relacionamento saudável [com a tecnologia, entre si e com suas famílias]".