O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, classificou como “imoral” e “ilegal” a ação de Israel na Faixa de Gaza, conforme notícias da Agência Brasil.
Em discurso na Cisjordânia, o chanceler brasileiro informou que o Brasil manterá a contribuição para a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA).
Enquanto isso, vários países europeus suspenderam seus financiamentos e preferem aguardar a investigação sobre os membros da agência, que são suspeitos de ajudar o Hamas contra Israel no massacre de 7 de outubro, conforme notícias da Euronews.
“Vou dizer de forma alta e clara: é ilegal e imoral retirar o acesso das pessoas à comida e à água. É ilegal e imoral atacar operações humanitárias e quem está buscando ajuda. É ilegal e imoral impedir os doentes e feridos de assistência de saúde. É ilegal e imoral destruir hospitais, locais sagrados, cemitérios e abrigos”, disse Vieira em discurso na capital da Autoridade Palestina.
Com esse discurso, o atual governo brasileiro pretende ser líder da campanha que visa adicionar a Palestina como membro pleno das Nações Unidas, conforme a coluna de Jamil Chade, do UOL: “O acordo foi fechado numa reunião neste domingo (17) entre os chanceleres Mauro Vieira, do Brasil e o palestino Riyad Al Maliki”.
Lula causa indignação em Israel
Conforme lembrou o UOL, em 2012, a Assembleia Geral da ONU votou para dar aos palestinos o status de “membro observador” na organização, o que permite que seus diplomatas participem dos debates, mas sem direito a voto. Naquele momento, apenas nove países votaram contra, entre eles EUA e Israel.
As autoridades palestinas querem lançar um pedido formal para a adesão completa às Nações Unidas ainda em 2024, principalmente diante do risco de que a guerra em Gaza abra caminho para novas invasões de terras por parte de israelenses.
No encontro que aconteceu no domingo (17), segundo o Itamaraty, o palestino Al Maliki mencionou “a coragem do presidente Lula na defesa da Palestina e dos palestinos”.
Segundo Maliki, Lula “mostrou liderança, coragem, compromisso e humanismo” ao longo da atual crise em Gaza e falou de forma “forte e clara” ao descrever a situação como ela é”.
As declarações do presidente brasileiro causaram indignação por parte de Israel e foram criticadas também por uma ala das forças políticas no Brasil.
‘Brasil cruzou a linha vermelha’
O atual governo brasileiro vem sendo alvo de críticas pelo atual posicionamento contra Israel. Em fevereiro, conforme noticiou o Guiame, o Brasil denunciou Israel na Corte Internacional por anexação ilegal em Gaza.
Antes disso, Lula comparou as ações de Israel ao Holocausto. Na ocasião, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, reagiu às declarações feitas, dizendo que as palavras do presidente brasileiro foram “vergonhosas e graves”.
“Comparar Israel ao Holocausto nazista e a Hitler é cruzar uma linha vermelha”, ele completou ao afirmar que Lula se tornou “persona non grata” em Israel, a menos que pedisse desculpas e se retratasse.
“Persona non grata” é uma expressão latina que se traduz como “pessoa não bem-vinda” ou “pessoa indesejável”.
Infelizmente, a fala de Lula colocou o país numa situação delicada e foi criticada por diversas nações e pelas organizações judaicas do Brasil. O grupo terrorista Hamas, no entanto, teceu elogios ao presidente brasileiro, que se recusou a pedir desculpas a Israel.