O presidente dos EUA, Joe Biden, anunciou no dia 18 de maio sua primeira estratégia abrangente para combater o aumento alarmante do antissemitismo na América.
O plano descreve mais de 100 medidas que agências governamentais e empresas do setor privado podem adotar para combater o preconceito contra os judeus.
Em seus comentários sobre a estratégia nacional, ele disse: “Na América, o mal não vencerá, o ódio não prevalecerá. Silêncio é cumplicidade. O veneno e a violência do antissemitismo não serão a história de nosso tempo. Um ataque a qualquer um dos nossos grupos, é um ataque a todos nós”.
Reação de organizações judaicas
De acordo com o Religion News, muitas organizações judaicas importantes elogiaram o plano, incluindo a Conferência de Presidentes das Principais Organizações Judaicas Americanas — o Comitê Judaico Americano, a Liga Anti-Difamação, o Congresso Judaico Americano, J Street, o Conselho Nacional de Mulheres Judias e T'ruah, uma organização rabínica de direitos humanos.
Jonathan Greenblatt, executivo-chefe da Liga Anti-Difamação, disse que ficou impressionado com sua abrangência: “Todo compromisso é concreto e o governo está se responsabilizando pelos prazos, tudo dentro de um ano”, disse Greenblatt.
Ele também comentou sobre sua apreciação ao fato de ter convocado organizações e agências não federais a agirem.
“Ele não apenas diz o que o governo fará, mas também pede ao Congresso que assuma compromissos, que as empresas se levantem, que a sociedade civil tome medidas”, acrescentou.
“É disso o que precisamos. Não há bala de prata que pare o antissemitismo. Isso vai exigir que todos os elementos da sociedade trabalhem juntos”, disse também.
‘Combate aos crimes contra judeus’
O anti-semitismo já foi responsável por 63% de todos os crimes de ódio com motivação religiosa nos EUA, disse o diretor do FBI, Christopher Wray, no ano passado.
A Liga Anti-Difamação tabulou 3.697 incidentes antissemitas em 2022, um aumento de 36% em relação aos 2.717 incidentes registrados em 2021 e o maior número registrado desde que a ADL começou a rastrear incidentes antissemitas em 1979.
A nova estratégia para combater esses crimes contra judeus foi desenvolvida em consulta com cerca de 1.000 autoridades federais e locais, líderes religiosos e grupos da sociedade civil e contém mais de 100 recomendações.
Sobre as recomendações
A estratégia multifacetada tem quatro objetivos principais:
* Aumentar a conscientização e compreensão do antissemitismo, incluindo sua ameaça à América;
* Construir solidariedade “entre comunidades” para combater o ódio;
* Melhorar a segurança e a proteção das comunidades judaicas;
* Reverter a “normalização” do antissemitismo.
“Em suma, este plano salvará vidas”, disse Doug Emhoff durante o evento na Casa Branca anunciando a estratégia.
“Planejamos continuar trabalhando com nossos amigos da comunidade judaica para nos opor ao ódio que ameaça ambas as nossas comunidades e também esperamos a divulgação dos planos estratégicos da Casa Branca para enfrentar outras formas de fanatismo, incluindo a islamofobia”, concluiu o vice-diretor nacional Edward Ahmed Mitchell.