O embate entre o exército de Israel e militantes palestinos se acirrou nesta quarta-feira (10), com intensa troca de tiros na fronteira.
Segundo o Haaretz, a Jihad Islâmica demorou cerca de 35 horas para responder ao assassinato de três de seus membros mais importantes na Faixa de Gaza por Israel.
Centenas de foguetes foram lançados de Gaza em direção a Israel após as Forças de Defesa de Israel (IDF) realizarem ataques contra alvos que afirmam ser da organização Jihad Islâmica ao longo da faixa.
A alguns foguetes chegaram até a área metropolitana de Tel Aviv. Minutos após os ataques, as sirenes soaram em Israel – inicialmente entre as comunidades fronteiriças, mas logo também dentro e ao redor da capital comercial Tel Aviv, 60 quilômetros ao norte de Gaza.
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Pouco depois das 14h no horário local, na quarta-feira, o porta-voz do IDF, Hagari, informou que mais de meio milhão de israelenses estavam dentro ou perto de abrigos.
Líderes militantes
Os conflitos ocorrem após ataques aéreos militares israelenses no início da semana matarem os três líderes do grupo militante palestino e 10 outros homens, mulheres e crianças palestinos em Gaza e levaram a ameaças de retaliação.
Israel afirmou estar realizando ataques preventivos, visando diversos pontos com explosões, incluindo um campo de treinamento localizado na parte norte da Faixa de Gaza, segundo testemunhas, e uma área aberta no sul.
"Não temos intenção de esperar até que eles lancem (foguetes)", disse o ministro do gabinete de segurança israelense, Avi Dichter, à rádio Kan após os novos ataques de hoje em Gaza.
‘Figura central’
Civis israelenses também estão sendo vítimas dos ataques palestinos.
Em uma publicação no Facebook, a organização Stand With Us escreveu: “É absolutamente doloroso ver civis israelenses inocentes – incluindo crianças – sendo alvo de terroristas de Gaza que estão usando seus próprios civis como escudos humanos no processo. A violência de Gaza DEVE parar.”
Em uma nova atualização na quinta-feira (11), o IDF disse que tinha como alvo outro comandante da Jihad Islâmica que era uma “figura central” no grupo militante palestino.
“Acabamos de visar Ali Ghali, o comandante da Força de Lançamento de Foguetes da Jihad Islâmica, bem como dois outros agentes da Jihad Islâmica em Gaza”, disse o IDF em um tuíte, acrescentando que Ghali era “responsável pelas recentes barragens de foguetes lançadas contra Israel.”
Segundo a Jihad Islâmica, Ghali foi morto na quinta-feira e afirmou que ele estava no comando da unidade de mísseis das Brigadas Al Quds.
O porta-voz chefe da IDF, contra-almirante Daniel Hagari, afirmou nesta quarta-feira que Israel tem usado drones não tripulados para vigilância, monitorando os preparativos dos militantes para lançar foguetes, enquanto bombardeia agentes e infraestrutura da Jihad Islâmica.
No Twitter, Hagari falou sobre a Operação "Escudo e Flecha": "Há pouco tempo, uma aeronave da IDF atacou uma base militar que servia para direcionar o disparo de mísseis antitanque da organização terrorista Jihad Islâmica Palestina, na Faixa de Gaza."
מבצע "מגן וחץ"
— דובר צה״ל דניאל הגרי - Daniel Hagari (@IDFSpokesperson) May 11, 2023
כלי טיס של צה"ל תקף לפני זמן קצר חמ"ל ששימש להכוונת ירי טילי נ"ט של ארגון הטרור הג'יהאד האסלאמי הפלסטיני, במרחב רצועת עזה. pic.twitter.com/9GtOG419LW
500 foguetes contra Israel
De acordo com o Jerusalem Post, mais de 500 foguetes foram disparados de Gaza em direção a Israel desde terça-feira (09). Desses, 153 foram interceptados pelas defesas de mísseis israelenses e 107 falharam, caindo em Gaza.
O IDF informou que caças e helicópteros atingiram mais de 40 lançadores de foguetes e morteiros que pertenciam à organização terrorista Jihad Islâmica em toda a Faixa de Gaza. Além disso, acrescentou que continua a atingir lançadores e postos adicionais pertencentes à organização militante.
Os civis em Israel foram instruídos a seguir as orientações especiais publicadas no Portal Nacional de Emergência.
Na quarta-feira, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e outros altos funcionários minimizaram a possibilidade de um cessar-fogo com a Jihad Islâmica ser iminente. Netanyahu afirmou que "a campanha ainda não acabou".
Tzachi Hanegbi, presidente do Conselho de Segurança Nacional, disse que os rumores de um cessar-fogo eram “prematuros”, enquanto o ministro da Defesa, Yoav Gallant, adotou uma nota um pouco mais otimista, dizendo: “Espero que acabemos com isso em breve, mas estamos prontos para a opção de que será prolongado.”