Netanyahu critica reconhecimento da Palestina na ONU: "Incentivará terror contra judeus"

Em discurso na ONU, o primeiro-ministro de Israel criticou os líderes mundiais que cederam à propaganda anti-Israel e disse que o mundo esqueceu do ataque de 7 de outubro.

Fonte: Guiame, com informações de The Times of IsraelAtualizado: sexta-feira, 26 de setembro de 2025 às 19:49
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. (Foto: Reprodução/YouTube/United Nations).
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. (Foto: Reprodução/YouTube/United Nations).

Mesmo sob vaias, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu defendeu as ações do governo israelense para proteger o país, em seu discurso na Assembleia Geral da ONU, em Nova York, nos Estados Unidos.

No quarto dia do Debate Geral, enquanto subia ao pódio para discursar, Netanyahu foi recebido por vaias e centenas de diplomatas se levantaram e saíram do salão, se recusando a ouvir o líder.

Entre eles estavam representantes de países árabes, muçulmanos, africanos e também de países europeus.

Nesse momento, os apoiadores de Netanyahu ficaram de pé e o aplaudiram, em resposta ao protesto anti-Israel.

O discurso de Benjamin Netanyahu na ONU foi transmitido ao vivo para os moradores da Faixa de Gaza, através de alto-falantes posicionados pelas Forças de Defesa Israelense (IDF). Segundo o gabinete do primeiro-ministro, a medida fez "parte do esforço de diplomacia pública".

Netanyahu iniciou saudando as famílias dos reféns na plateia. Em seguida, ele relatou os ataques e os inimigos que Israel precisou lidar nos últimos anos, incluindo o programa nuclear do Irã, o ataque do grupo terrorista Hamas em 7 de outubro de 2023, o Hezbollah baseado no Líbano, o governo de Bashar Al-Assad na Síria e os Houthis no Iêmen.

O líder elogiou a resposta de Israel às ameaças. “Nós martelamos os Houthis. Esmagamos a maior parte da máquina de terror do Hamas. Nós paralisamos o Hezbollah, eliminando a maioria de seus líderes e grande parte de seu arsenal de armas. Destruímos os armamentos de Assad na Síria. Dissuadimos as milícias xiitas do Irã no Iraque. E o mais importante... Devastamos os programas de armas nucleares e mísseis balísticos do Irã”, enfatizou.

Mensagem aos reféns em Gaza

Falando em hebraico e depois em inglês, Netanyahu enviou uma mensagem diretamente aos reféns israelenses em Gaza:

"Nossos bravos heróis, este é o primeiro-ministro Netanyahu falando com você ao vivo das Nações Unidas. Não nos esquecemos de você, nem por um segundo. O povo de Israel está com você. Não vacilaremos e não descansaremos até trazermos todos vocês para casa!".

E também se dirigiu aos terroristas do Hamas: "Para os líderes remanescentes do Hamas e para os carcereiros de nossos reféns, eu digo agora: deponham suas armas. Deixe meu povo ir. Liberte os reféns. Todos eles. Todos os 48. Liberte os reféns agora. Se você fizer isso, você viverá. Se você não fizer isso, Israel vai caçá-lo".

E prometeu: "Se o Hamas concordar com nossas demandas, a guerra pode acabar agora. Gaza seria desmilitarizada. Israel manteria o controle de segurança primordial. E uma autoridade civil pacífica seria estabelecida por moradores de Gaza e outros comprometidos com a paz com Israel”.

“O mundo não se lembra mais de 7 de outubro”

Durante seu discurso na ONU, Benjamin Netanyahu usou um broche com um QR Code no terno. O código leva a um site com imagens de atrocidades cometidas pelo Hamas durante o ataque à Israel.

“Grande parte do mundo não se lembra mais de 7 de outubro, mas nós nos lembramos. Israel se lembra de 7 de outubro”, declarou o primeiro-ministro.

Ele pediu que o público acessasse o QR Code para "ver por que lutamos e por que devemos vencer".

“Israel deve terminar o trabalho, porque o Hamas promete realizar o dia 7 de outubro de novo, de novo e de novo", defendeu Benjamin.

Crítica ao reconhecimento do Estado palestino

O líder israelense também criticou os líderes mundiais que apoiam o reconhecimento de um Estado palestino e que acreditaram na propaganda anti-Israel.

“Muitos cederam à pressão de uma mídia tendenciosa, constituintes islâmicos radicais e multidões antissemitas. Enquanto lutamos contra os terroristas que assassinaram muitos de seus cidadãos, vocês estão lutando contra nós, você nos condena e trava uma guerra política”, lamentou.

Benjamin Netanyahu condenou os líderes da França, Grã-Bretanha, Austrália, Canadá e de outros países que reconhecerem o Estado palestino nesta semana.

"Eles fizeram isso depois dos horrores cometidos pelo Hamas em 7 de outubro. Horrores elogiados naquele dia por quase 90% da população palestina. Eles comemoraram e dançaram nos telhados”, disse.

“Bem, eu tenho uma mensagem para esses líderes. Quando os terroristas mais selvagens da Terra estão elogiando sua decisão, você não fez algo certo. Você fez algo errado. Sua decisão vergonhosa incentivará o terrorismo contra judeus e contra pessoas inocentes em todos os lugares. Será uma marca de vergonha para todos vocês”, declarou.

Ele afirmou que a discussão de uma solução de dois Estados não é possível, já que os palestinos, incluindo a Autoridade Palestina, não acreditam nesta solução.

“Eles não querem um estado próximo a Israel. Eles querem um Estado palestino em vez de Israel", declarou.

"Toda vez que eles receberam território, eles o usaram para nos atacar. Eles efetivamente tinham um Estado palestino em Gaza. O que eles fizeram com esse estado? Paz? Coexistência? Não. Eles nos atacaram uma e outra vez. Totalmente não provocado. Eles dispararam foguetes contra nossas cidades. Eles assassinaram nossos filhos. Eles transformaram Gaza em uma base terrorista de onde cometeram o massacre de 7 de outubro”, denunciou.

O líder observou que a Autoridade Palestina, e não apenas o Hamas, rejeita um Estado judeu.

"Dar aos palestinos um Estado a uma milha de Jerusalém depois de 7 de outubro é como dar à Al-Qaeda um Estado a uma milha da cidade de Nova York depois de 11 de setembro. Isso é pura loucura e não vamos fazer isso”, comparou.

Exaltado, Netanyahu garantiu aos líderes ocidentais: “Israel não permitirá que você enfie um Estado de terror goela abaixo, porque vocês não têm coragem de enfrentar uma mídia hostil e multidões antissemitas exigindo o sangue de Israel”.

“Minha oposição a um Estado palestino não é simplesmente a política do meu governo. É a política do Estado e do povo do Estado de Israel. É mais de 90% dos israelenses. Os líderes ocidentais podem ter cedido à pressão. Eu garanto uma coisa, Israel não vai”.

Concluindo seu discurso, o primeiro-ministro afirmou que, com a ajuda divina, Israel continuará lutando por seu sonho de ser de viver no seu próprio estado independente e ter um exército para se defender.

"Em 7 de outubro, os inimigos de Israel tentaram extinguir essa luz. Dois anos depois, a determinação e a força de Israel brilham mais do que nunca. Com a ajuda de Deus, essa força e essa determinação nos levarão a uma vitória rápida e a um futuro brilhante de prosperidade e paz”, finalizou.

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