O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, criticou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, por suas políticas para os palestinos em seu discurso na ONU na última quinta-feira (27). Abbas classificou suas ações de "agressão à lei internacional" e rejeitou a mediação de Washington sobre as negociações de paz entre Palestina e Israel.
Abbas também saudou os terroristas presos em Israel como "heróis" diante da Assembleia Geral da ONU, e sinalizou que poderia reduzir os orçamentos para a Faixa de Gaza se o Hamas não renunciasse ao poder.
Segundo Abbas, os EUA são “muito tendenciosos em relação a Israel" para agirem sozinhos como mediadores justos entre os palestinos e Israel. Mas o líder palestino indicou que ele poderia estar aberto a outros que participassem das negociações.
"Este governo renegou todos os compromissos anteriores dos EUA, e minou a solução de dois estados, e revelou suas falsas alegações de preocupação com as condições humanitárias do povo palestino", acusou Abbas na ONU.
"Saudamos Trump quando ele foi eleito e elogiamos seu anúncio do plano de paz, mas ficamos chocados com suas ações em relação ao processo", disse.
Trump, continuou ele, "decidiu fechar a missão palestina em Washington, reconheceu Jerusalém como a capital de Israel, transferiu a embaixada dos EUA para Jerusalém e até se vangloria de ter tirado as questões de Jerusalém e dos refugiados da mesa".
"Ele até intensificou seu ataque à lei internacional, cortando a ajuda humanitária a refugiados e fundos para a Autoridade Palestina", acrescentou Abbas, se referindo à decisão do presidente americano, que foi uma resposta à descoberta de que o dinheiro enviado pelos EUA estava sendo usado para financiar o terrorismo contra Israel.
Contexto
O discurso de Abbas ocorreu em meio a um abismo cada vez mais profundo entre Ramallah (Palestina) e Washington (EUA), devido à recusa da Autoridade Palestina em se envolver com autoridades americanas, depois que os EUA reconheceram Jerusalém como a capital de Israel em dezembro.
As relações caíram ainda mais nas últimas semanas, depois que Washington cortou todo o financiamento para a agência da ONU que assistia palestinos, provocando um pânico no orçamento e paralisando a missão palestina em Washington.