Terroristas usaram droga para ficarem 'calmos e indiferentes' antes do massacre em Israel

Substância clandestina, pílulas captagon foram encontradas nos bolsos de terroristas mortos.

Fonte: Guiame, com informações do Jerusalem PostAtualizado: sexta-feira, 20 de outubro de 2023 às 12:21
Captagon: droga é proibida na maioria dos países. (Captura de tela/YouTube/AFP)
Captagon: droga é proibida na maioria dos países. (Captura de tela/YouTube/AFP)

Os terroristas do Hamas entraram em solo israelense sob efeito de drogas, quando efetuaram os ataques com centenas de assassinatos, segundo informou o Canal 12.

As pílulas captagon, encontradas nos bolsos de terroristas mortos, são estimulantes sintéticos do tipo anfetamina e foram proibidas na maioria dos países em 1986.

Produzida clandestinamente no sul da Europa, a droga é traficada através da Turquia para os mercados consumidores na Península Arábica.

A substância, também chamada de "cocaína para os pobres", permitiu que os terroristas cometessem atos hediondos mantendo uma sensação de calma e indiferença, segundo o Jerusalem Post. Ao mesmo tempo, eles permaneceram extremamente alertas por longos períodos e sem apetite.

Usado pelo ISIS

O captagon ficou conhecido em 2015, quando se descobriu que era usado por terroristas do ISIS (Estado Islâmico) para suprimir o medo antes da realização de suas operações.

Segundo informa o Jerusalem Post, à medida que a influência de organizações terroristas como o ISIS diminuía, o Líbano e a Síria tomaram as rédeas e começaram a produzir e distribuir a droga em grande escala.

Gaza, em particular, tornou-se um mercado de destaque para essa droga, encontrando popularidade, sobretudo entre os jovens viciados.

O captagon pertence à família das anfetaminas e foi inicialmente desenvolvido para tratar distúrbios de atenção, narcolepsia e depressão.

Popular no Oriente Médio

Apesar de sua natureza altamente viciante e do potencial para induzir reações psicóticas, o captagon mantém sua popularidade no Oriente Médio devido ao preço acessível e facilidade de fabricação.

Nos países mais pobres, a droga pode ser adquirida por apenas um ou dois dólares, enquanto nos países mais ricos, seu custo pode chegar a até 20 dólares por comprimido.

Seus principais efeitos incluem induzir sentimentos de euforia, diminuir a necessidade de sono, suprimir o apetite e proporcionar energia duradoura.

Segundo médicos no Líbano e na Síria, o captagon não é apenas pedominantes entre os terroristas, mas também é frequentemente utilizado por civis em situações desesperadoras que vivem em áreas de conflito.

Fonte de renda para a Síria

Anteriormente, o captagon era uma fonte de receita para membros do ISIS por meio do contrabando de drogas, informa o Jerusalem Post. Atualmente, tornou-se uma importante fonte de renda para a Síria e conta com o apoio ativo do Hezbollah.

Há cerca de dois anos, uma investigação conduzida pelo The New York Times revelou que pessoas associadas ao ditador sírio Bashar Assad, incluindo membros de sua família, haviam estabelecido uma próspera indústria de produção de captagon.

Essa indústria, que conta com o envolvimento do Hezbollah, é gerenciada pelo irmão de Assad e opera como uma empresa próspera em meio às ruínas da guerra civil que assola a Síria há mais de uma década.

Os lucros gerados pelo comércio de drogas na Síria ultrapassam aqueles obtidos com as exportações legais.

Estimativas confiáveis sugerem que somente as exportações de captagon originárias da Síria alcançaram, no mínimo, 3,5 bilhões de dólares em 2020, um valor cinco vezes superior ao total das exportações legais da Síria, estimadas em um pouco mais de 700 milhões de dólares.

Outros países árabes

Os especialistas que fazem essas avaliações acreditam que essas projeções são especulativas e que o valor de mercado real é provavelmente muito mais elevado. Por exemplo, na Arábia Saudita, estima-se que o consumo de captagon ultrapassa os 600 milhões de comprimidos anualmente, resultando em um valor de mercado de pelo menos 9 bilhões a 12 bilhões de dólares a cada ano.

O impacto da droga se estende para além da Arábia Saudita, com apreensões significativas de captagon relatadas em países como Itália, Grécia, Malásia e Egito.

Na Jordânia, a droga está amplamente disponível a preços acessíveis, o que a torna cada vez mais popular entre os jovens desfavorecidos, incluindo aqueles em idade escolar. Não há dúvida de que a prevalência do captagon está aumentando a cada ano.

Em dezembro de 2021, as autoridades do Kuwait apreenderam nove milhões de comprimidos de captagon que estavam escondidos em um carregamento de laranjas.

Apenas uma semana antes, as autoridades de Dubai interceptaram contrabando de 1,5 toneladas de comprimidos de captagon, avaliados em aproximadamente 380 milhões de dólares, que estavam escondidos em uma carga de limões.

Apreensões

Apenas no ano passado, mais de 250 milhões de comprimidos de captagon foram interceptados, representando um aumento de 18 vezes em comparação com quatro anos atrás.

Esses números contabilizam apenas as remessas que foram apreendidas, o que deixa espaço para especular que as quantidades reais de contrabando podem ser ainda mais altas.

Relatórios anteriores sugeriram que a droga também chegou às ruas de Israel, onde é vendida por cerca de NIS 50 por comprimido.

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