Um cemitério judeu próximo a Estrasburgo (França) foi vandalizado, segundo autoridades, poucas horas antes de marchas e encontros contra o antissemitismo acontecerem em todo o país. Suásticas e frases antissemitas foram pichadas nas lápides.
As autoridades disseram que 80 sepulturas foram vandalizadas durante a noite, na cidade de Quatzenheim, perto de Estrasburgo, na França.
O vandalismo é o mais recente em uma série de atos antissemitas que têm se espalhado pela França.
Atendendo a um apelo de partidos políticos, milhares de manifestantes e vários membros do governo deveriam ir às ruas nesta terça-feira (19).
O aumento do antissemitismo na França, lar da maior população judaica do mundo, depois de Israel e dos Estados Unidos, atingiu o auge no fim de semana passado com uma torrente de discursos de ódio dirigidos ao proeminente filósofo Alain Finkielkraut durante uma passeata de manifestantes anti-governo.
A onda retornou dias após o governo ter relatado um enorme aumento nos incidentes de antissemitismo no ano passado. Houve 541 incidentes registrados, 74% acima dos 311 registrados em 2017.
O primeiro-ministro Edouard Philippe vai liderar a delegação do governo na famosa Praça da República.
Além das marchas, o presidente da Assembléia Nacional, Richard Ferrand, e o chefe do Senado, Gerard Larcher, farão um momento de silêncio no memorial da Shoah, em Paris.
O presidente francês Emmanuel Macron não deve comparecer, mas fará um discurso no jantar anual do principal grupo judeu CRIF, na próxima quarta-feira.
"O antissemitismo está profundamente enraizado na sociedade francesa. Gostaríamos de pensar de outra forma, mas é um fato", disse Philippe à revista L'Express nesta semana.
"Devemos estar totalmente determinados, eu diria quase enfurecidos, por nossa vontade de lutar, com uma clara consciência de que essa luta é antiga e durará muito tempo", acrescentou.