Em meio às celebrações da Festa dos Tabernáculos, que tem início nesta sexta-feira (29), na Cidade Santa, 50 pessoas estão sendo homenageadas pela Fundação dos Aliados de Israel (IAF).
O motivo, de acordo com a IAF, é que essas personalidades “mantêm a Jerusalém bíblica e moderna perto da sua consciência pública e devoção religiosa”.
A lista anual dos 50 principais aliados cristãos de Israel foi divulgada para coincidir com o feriado de Sucot (ou Tabernáculos), quando os peregrinos encherão as ruas de Jerusalém para a celebração.
Pessoas de vários continentes e denominações, incluindo ativistas e líderes proeminentes das esferas religiosa e política, estão na lista da IAF como amigos de Israel.
O número 1 da lista deste ano é o ex-secretário de Estado dos EUA e diretor da CIA Mike Pompeo, seguido pelo 38º presidente do Brasil, Jair Bolsonaro. Na terceira posição está o casal de pastores, Larry e Tiz Huch.
“Estamos honrados todos os anos em reconhecer esses incríveis homens e mulheres de fé de todo o mundo”, disse o presidente da IAF, Josh Reinstein.
“Eles são os maiores amigos e aliados mais leais de Israel. Devido aos seus anos de trabalho árduo, estamos testemunhando embaixadas transferidas para Jerusalém, clamores de antissemitismo, abrigos antiaéreos construídos, políticas pró-Israel promulgadas aos mais altos níveis do governo – o impacto do seu apoio é verdadeiramente ilimitado.”
Alguns outros na lista incluem a televangelista americana Paula White, no 5º lugar; o pastor John Hagee, fundador e presidente nacional dos Cristãos Unidos por Israel (CUFI), na 6ª colocação; Joni Lamb, cofundadora da Christian Daystar TV Network, na 7ª posição; Bispo John Drew Sheard, presidente e líder principal da Igreja de Deus em Cristo (COGIC) no 8º lugar.
Tradição judaico-cristã
A IAF exerce a função central de coordenação entre os 53 Caucuses dos Aliados de Israel espalhados pelo mundo, reunindo ativamente apoio político para Israel, fundamentado em princípios comuns que têm raízes na tradição judaico-cristã.
A organização ressaltou que enxerga a decisão dos Estados Unidos, Guatemala, Honduras e Papua Nova Guiné de transferir suas embaixadas para Jerusalém, juntamente com o aumento da adoção de legislação anti-BDS em 37 estados dos EUA, como resultados que manifestam uma clara influência dos líderes políticos cristãos que apoiaram essas ações.
A legislação anti-BDS se refere a leis ou regulamentações adotadas por governos ou entidades legislativas para combater ou proibir o Movimento Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS, na sigla em inglês) contra Israel.
Segundo o Jerusalem Post, esta é a quarta lista anual da IAF. Reinstein disse que tudo começou como uma forma de agradecer aos sionistas cristãos pelo seu trabalho em nome de Israel.
“Os cristãos, e não os países, estão ao lado de Israel e estão trazendo os seus países com eles”, disse Reinstein. “É por esses líderes que vemos muitos dos sucessos diplomáticos de hoje, e queríamos uma forma de reconhecer esses líderes corajosos em todo o mundo.”
Conforme observado por Reinstein, a lista tem adquirido um caráter cada vez mais internacional a cada ano, à medida que o sionismo cristão se expande além dos aproximadamente 70 milhões de evangélicos na América do Norte, abrangendo agora países na América do Sul, África e Oriente Médio.
Brasil e Israel
A IAF diz que antes da presidência de Bolsonaro no Brasil, o país mantinha uma relação diplomática mais distante com Israel. Em vez disso, o Brasil tinha uma postura de maior proximidade com o Irã, um dos principais inimigos de Israel.
No entanto, sob o governo do ex-presidente, Israel e Brasil tornaram-se bons amigos.
“Não é por acaso que os cristãos, que acreditam na Bíblia, apoiaram a candidatura de Bolsonaro; e depois de ser eleito, ele fez demonstrações incríveis de amizade para com Israel”, disse Reinstein.
Em 2019, por exemplo, o Brasil inaugurou uma nova missão comercial em Jerusalém, o que indicou um fortalecimento nas relações bilaterais. Além disso, os dois países também firmaram acordos de cooperação em áreas como defesa e segurança cibernética.
Apesar das polêmicas envolvendo Bolsonaro, Reinstein disse que a lista dos 50 melhores não considera a política interna quando escolhe os vencedores.
“Procuramos líderes cristãos que acreditem na Bíblia e estejam ao lado de Israel”, sublinhou Reinstein, acrescentando que a IAF apenas nomeia políticos que estão fora do cargo para não terem qualquer influência política direta.
Por isso a escolha de Pompeo este ano, disse ele. Enquanto estava no cargo, o americano foi fundamental na transferência da Embaixada dos EUA de Tel Aviv para Jerusalém, no reconhecimento das Colinas de Golã, na intermediação dos Acordos de Abraão e no apoio ao direito de Israel à Judeia e Samaria.
(Foto: Unsplash/Benjamin Rascoe)
Influência em causas pró-Israel
Após sair da Casa Branca, Pompeo continuou a demonstrar seu apoio a Israel. Recentemente, ele e o ex-embaixador dos EUA em Israel, David Friedman, coproduziram o filme "Route 60: The Biblical Highway" (Rota 60: A Rodovia Bíblica, em tradução livre).
Este filme narra a história da estrada de 230 quilômetros que corta o centro da Terra Santa, também conhecida como Caminho dos Patriarcas.
Conforme relatado pelo Box Office Mojo, o filme foi exibido em mais de 1.000 cinemas convencionais e registrou uma venda de ingressos por sala superior à de qualquer outro filme americano exibido simultaneamente durante suas duas primeiras noites. Além disso, o filme desempenhou um papel importante em divulgar o significado histórico e bíblico da Cisjordânia para um público mais amplo.
Pompeo afirmou que considera crucial que todos os cristãos reconheçam Jerusalém e Israel como elementos centrais de sua fé.
“Os cristãos têm a obrigação de garantir que Israel continue a ser a pátria legítima do povo judeu”, disse ele, destacando especificamente como a Judeia e Samaria conectam a Bíblia à terra.
‘Diplomacia baseada na fé’
O terceiro lugar na lista é ocupado pelo casal Larry e Tiz Huch, fundadores e pastores seniores da Igreja New Beginnings em Bedford, no Texas. Além disso, eles lideram um ministério de alcance global conhecido como Larry Huch Ministries.
O programa de televisão e o ministério de mídia sob a marca New Beginnings (Novos começos, em tradução livre) são transmitidos diariamente em todo o mundo, com uma audiência que abrange centenas de milhares de pessoas. Através desses esforços, eles levantam fundos para apoiar Israel, concentrando-se em áreas como a aliá (imigração judaica para Israel), o apoio aos sobreviventes do Holocausto, a assistência a hospitais e a promoção da diplomacia baseada na fé.
“Para mim e minha família, nosso ministério é um chamado divino”, disse Larry Huch. “Sinto que fomos colocados aqui na Terra para derrotar o antissemitismo, para que o mundo gentio saiba o quão errada a Igreja tem estado de muitas maneiras e para ajudá-los a ver que o mundo está a mudar.”
Huch apela ao povo cristão para abençoar Israel e diz que “judeus e gentios devem unir-se para servir o Deus de Abraão, Isaque e Jacó” e que, ao fazê-lo, Deus os abençoará.