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Autoridades de Israel e Emirados celebram 2 anos dos Acordos de Abraão, em Jerusalém

Na ocasião, o Sheikh Adbullah, ministro das Relações Exteriores dos Emirados Árabes Unidos, visitou o Museu do Holocausto pela 1ª vez.

Fonte: Guiame, com informações do All IsraelAtualizado: sexta-feira, 16 de setembro de 2022 às 18:00
Cerimônia de assinatura dos Acordos de Abraão, estabelecendo laços formais entre Israel e dois estados árabes, ao lado de Donald Trump, na Casa Branca. (Foto: Shealah Craighead/White House Oficial)
Cerimônia de assinatura dos Acordos de Abraão, estabelecendo laços formais entre Israel e dois estados árabes, ao lado de Donald Trump, na Casa Branca. (Foto: Shealah Craighead/White House Oficial)

Os Acordos de Abraão completaram dois anos, nesta quinta-feira, em 15 de setembro. Em 2020, o então presidente dos EUA, Donald Trump, assinou o documento no qual Israel estabeleceu laços formais com dois estados árabes: os Emirados Árabes Unidos e Bahrein.

O acordo foi assinado, na Casa Branca, contou com a presença dos chanceleres Sheikh Adbullah bin Zayed al-Nahyan, dos Emirados Árabes, e Abdullatif Al Zayani, do Bahrein e do primeiro-ministro israelense, na época, Benjamin Netanyahu.

A partir dali outros países da região aderiram à proposta, que recebeu o nome do patriarca Abraão em homenagem às três religiões abraâmicas enraizadas no que hoje é Israel e nações vizinhas.

Em comunicado à imprensa, o Departamento de Estado americano emitiu uma nova enaltecendo o acordo, em nome do secretário Antony Blinken:

“Esses passos foram transformadores para Israel, Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Marrocos. Eles levaram a novas formas de cooperação e integração regional no Oriente Médio e além, incluindo o histórico Fórum de Negev, que nos uniu a Israel e seus vizinhos”.

Em celebração ao acordo, que estabeleceu laços diplomáticos, econômicos e outros entre Israel e seus vizinhos do Golfo Pérsico, o Sheikh Abdullah esteve em Jerusalém ao lado de autoridades israelenses.

De acordo com Joel C. Rosenberg, escritor e jornalista israelense, a visita marca “um grande dia na história das relações árabe-israelenses”.

Rosenberg explica que além de ministro das Relações Exteriores e Cooperação Internacional dos Emirados Árabes Unidos, o Sheikh Abdullah é o irmão mais novo do presidente Mohammed bin Zayed e filho do Sheikh Zayed al Nahyan, o fundador do moderno estado dos Emirados.

“Ele também é um dos coarquitetos dos Acordos de Abraão, tendo trabalhado em estreita colaboração com seu irmão e com Yousef al-Otaiba, embaixador dos Emirados Árabes Unidos em Washington, na elaboração do acordo histórico de paz e normalização com Israel”.

Em razão das comemorações, foi a primeira vez que o líder dos Emirados Árabes Unidos visitou Jerusalém, tornando o Sheikh Abdullah o mais alto funcionário dos Emirados a visitar a Cidade Santa.

Ele também esteve pela primeira vez no Yad Vashem, o Memorial do Holocausto.

Só o começo

Rosenberg diz que essas novidades são apenas o começo de mais avanços nas relações entre Israel e os países do Golfo, incluindo a visita do próprio presidente dos EAU ao país futuramente.

“Suspeito que a viagem esteja lançando as bases e preparando o terreno para uma dramática, histórica e emocionante visita de Estado a Israel pelo presidente dos Emirados Árabes Unidos, Mohammed bin Zayed”.

Rosenberg acredita na possibilidade após uma confidência do próprio MBZ, como é chamado o presidente.

“[Ele] me disse pessoalmente quando levei um grupo de líderes evangélicos para se encontrar com ele em Abu Dhabi em outubro de 2019 que ele queria duas coisas: 1) fazer as pazes com Israel; e 2) visitar Jerusalém pela primeira vez em sua vida”.

“Tendo cumprido o primeiro objetivo, agora acredito que a MBZ está ansiosa para cumprir o segundo”, disse Rosenberg.

Reunião em Jerusalém

Após chegar em Israel, o ministro das Relações Exteriores dos Emirados foi para a residência oficial do presidente israelense, em Jerusalém, onde almoçou com o presidente Isaac Herzog e depois foi para o Museu do Holocausto.

“Os Emirados tornaram-se assim um dos poucos líderes árabes muçulmanos a fazê-lo. Lá, ele honrou os 6 milhões de judeus que morreram no Holocausto, colocou uma coroa de flores no Hall of Remembrance e assinou o livro de visitas”, contou Rosenberg.

“Estou aqui hoje para nos lembrar das lições que a história nos ensina e da grande responsabilidade que temos de agir com tolerância para construir nossa comunidade e sociedade”, escreveu o Sheik. “Devemos dar o passo corajoso de construir uma ponte de verdadeira paz para as próximas gerações.”

Em seguida, o Sheikh Abdullah foi para a residência do primeiro-ministro israelense Yair Lapid.

Os dois discutiram uma série de assuntos econômicos, comerciais, agrícolas e turísticos, contemplados pelos Acordos de Abraão.

“Mas o ‘tópico A’ era como lidar com a ameaça iraniana em rápido crescimento e a aparente falta de vontade do governo de Biden em ser duro com Teerã”, informa Rosenberg.

Após conversaram com os repórteres, Lapid disse.

“Meu amigo, juntos, estamos mudando a face do Oriente Médio. Estamos mudando de guerra para paz, de terrorismo para cooperação econômica, de um discurso de violência e extremismo para um diálogo de tolerância e curiosidade cultural.”

Era de paz e cooperação

Com o avanço da aliança, espera-se que o comércio entre Israel e os Emirados Árabes Unidos quase dobre este ano para US$ 2 bilhões, e suba para US$ 5 bilhões em breve.

“Várias centenas de milhares de israelenses viajaram para os Emirados Árabes Unidos nos últimos dois anos para ver o lindo país do Golfo por si mesmos”, diz Rosenberg.

Com isso, os voos diretos entre os países estão lotados.

“Em breve, oramos, um grande número de muçulmanos dos Emirados começará a vir a Israel para adorar na Mesquita Al Aqsa em Jerusalém, visitar a Cúpula da Rocha e visitar locais sagrados judeus e cristãos e também as muitas maravilhas históricas de Israel”.

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