A partir da sexta-feira (29) após o pôr do sol, os judeus comemoram a Sucot ou Festa dos Tabernáculos — uma das três grandes festas anuais ordenadas por Deus a Moisés para o povo de Israel, conforme Levítico 23.33-44.
Durante sete dias, conforme explica o hebraísta Getúlio Cidade em entrevista ao Guiame, de 29 de setembro a 6 de outubro do mês sagrado de Tishrei, o povo deveria habitar em pequenos tabernáculos ou tendas como memória de seus antepassados que viveram em tendas durante a travessia no deserto do Sinai.
“Isso é cumprido até hoje por ser um ‘estatuto perpétuo’ por todas as gerações. Por isso, eles montam a sukkah, que é uma armação frágil de folhas e ripas de madeira, cobertas com galhos de plantas e árvores como a palmeira, normalmente com três lados fechados e um aberto”, especificou.
“Na tenda, os parentes e convidados são recebidos, compartilham-se refeições, conversas e orações, enfim, desfruta-se de tudo o que se faz em uma casa ou apartamento com a família e com os amigos. A diferença é que tudo é bem simples”, disse.
Getúlio Cidade. (Foto: Divulgação).
O que os cristãos deveriam saber sobre essa festa?
Getúlio explica que a festa bíblica é a última das festas de outono: “Ela aponta para a chegada do Messias para habitar entre nós ou ‘tabernacular’ como no original do Evangelho de João. As festas bíblicas são proféticas”.
Quando os judeus comemoram, eles estão experimentando a intimidade que se obtém dentro de uma sukkah com a família e os amigos: “É algo que Deus intencionou para Israel quando firmou essa festa. Deus é um Deus que criou e ama as famílias. É uma festa que aponta para essa intimidade entre nossos familiares e pessoas queridas”.
“O dispositivo do povo no deserto era ordenado pelas doze tribos que acampavam ao redor do Tabernáculo de Moisés, onde habitava a nuvem de glória durante o dia e a coluna de fogo à noite. Em última instância, quando o povo de Israel cumpre o mandamento de habitar numa sukkah durante sete dias, estão buscando também mais intimidade com Deus”, disse.
Conforme o hebraísta e autor do livro “A Oliveira Natural”, os cristãos deveriam também se alegrar e, ao menos, mencionar os significados das festas bíblicas durante os cultos e escolas dominicais.
“Um mandamento recorrente da festa é que devemos nos alegrar. É interessante pensar em se alegrar como uma ordem, pois é algo que flui espontaneamente do coração. Os judeus se alegram ao pensar nos livramentos de seus antepassados durante os 40 anos de deserto. Se pensarmos em tudo o que Ele fez (e tem feito) por nós, é impossível não sentir a mesma alegria também”, destacou.
Festa das Nações para os gentios
Há um aspecto importante para os gentios nessa festa, conforme lembra Getúlio: “Ela é conhecida também como Festa das Nações e os próprios judeus reconhecem a importância delas nessa festa devido à inauguração do Templo por Salomão”.
“Ele orou pelos gentios e por todos os estrangeiros que viessem a crer no Deus de Israel. Os cristãos deveriam considerar isso, além de ser uma festa que será obrigatória para todas as nações durante o milênio, conforme profetizado em Zacarias 14.16”, mencionou.
“Outro motivo para os cristãos não deixarem passar Tabernáculos em branco é que, além de ser a Festa das Nações, é também um tempo designado por Deus para nos alegrarmos”, disse ainda.
“Como diz Eclesiastes 3, há tempo para tudo. E em Tabernáculos, durante sete dias, recebemos o mandamento expresso do Senhor para nos alegrar. É uma Festa profética a ser cumprida em breve quando o Messias voltar para Jerusalém. É uma ‘santa convocação’ — literalmente: ensaio. Quando celebramos Tabernáculos, estamos ensaiando para o Reinado do Messias Yeshua”, concluiu.
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