Cristãos foram expulsos do terreno de sua própria igreja a mando de um influente monge budista em Myanmar, país localizado ao sul da Ásia.
Apesar do ataque, líderes cristãos do país estão resistindo à campanha budista de maneira pacífica, para que os conflitos religiosos e étnicos não sejam ainda mais inflamados, de acordo com o site Morning Star News.
Inicialmente, a comunidade cristã levantou um clamor na mídia do país quando o influente monge budista, Sayadaw U Thuzana, pediu para que seus seguidores construíssem um local de culto budista no terreno da Igreja Anglicana, nesta segunda-feira (9). Este seria o terceiro templo budista a ser construído em terrenos de comunidades cristãs, em Myanmar.
De acordo com o bispo da igreja, Saw Stylo, os líderes cristãos estão tentando conduzir a situação da maneira mais equilibrada possível, para não perturbar a paz em sua área. Para isso, eles trabalharam na extensão de uma parte da terra para os budistas utilizarem o espaço.
"O governo democrático que acabou de assumiu o poder, está tentando reconciliar a nação e combater o conflito armado. Se nós inflamarmos a disputa religiosa enquanto o país está avançando para um novo capítulo, é provável que vamos passar uma herança ruim para nossas próximas gerações", disse Stylo.
Outra razão para explicar a resposta passiva da comunidade cristã está em sua fé. "Nós temos que perdoar uns aos outros. Nós só podemos ver a Deus se perdoarmos. Então, sempre temos que manter o perdão com a gente", acrescentou o bispo.
Os cristãos karen são um grupo minoritário perseguidos pela maioria budista em Myanmar ao longo dos anos. A razão de sua fé foi originada durante a Segunda Guerra Mundial, quando a Grã-Bretanha colonizou Burma (antigo nome do país) com o apoio da minoria karen. Muitos dentre os karens se converteram ao cristianismo com a ajuda dos missionários daquela época.
Devido a estes acontecimentos históricos, os cristãos karen foram submetidos a políticas governamentais discriminatórias. Cerca de 80% da população em Myanmar é budista, e apenas 9% é cristã.