De janeiro até março de 2022, pelo menos 1.900 nigerianos foram assassinados durante ataques jihadistas. Os cristãos costumam ser alvos específicos por causa de sua fé.
A violência de forma geral cresce a cada dia. De acordo uma pesquisa da SBM Intelligence, a região mais afetada pelo terrorismo foi o Noroeste, com 782 mortes, depois o Nordeste com 441 e em seguida o Centro-Norte, também conhecido como Cinturão Médio, com 425 pessoas assassinadas.
O país tem a quinta maior população muçulmana do mundo e a sexta maior população cristã. E, embora a Constituição nigeriana “garanta a liberdade de religião”, na prática isso não acontece.
O número de cristãos hostilizados, violentados e mortos cresce a cada ano no país que ocupa o 7º lugar na Lista Mundial da Perseguição.
Sobre os ataques entre janeiro e março
Os ataques foram feitos por grupos radicais como Boko Haram e Estado Islâmico na Província da África Ocidental (ISWAP), extremistas fulanis, criminosos e gangues violentas, conforme a Portas Abertas.
A ação deles colaborou para que 8,4 milhões de nigerianos da região nordeste precisassem de assistência humanitária e cerca de 4 milhões enfrentassem uma crise alimentar, garante a ONU.
No dia 19 de abril, pelo menos 20 pessoas foram mortas ou feridas em um ataque do ISWAP em um mercado em Iware, uma cidade no Leste da Nigéria.
Em comunicado publicado no Telegram, o grupo radical disse que “soldados do califado no centro da Nigéria atacaram uma reunião de infiéis”, mencionou ao se referir aos cristãos.
No domingo anterior, extremistas fulanis atacaram dez comunidades no estado de Plateau, na região centro-norte da Nigéria, matando mais de 150 pessoas.
Grupos terroristas se unem para atacar
Conforme o diretor de pesquisa da Portas Abertas, os ataques recentes a um trem que ia para o Aeroporto Internacional de Abuja e Kaduna, bem como batalhas com forças do governo, indicam uma colaboração entre os diferentes grupos violentos.
“Parece que o país está agora tendo que enfrentar um poderoso monstro de três cabeças, já que Boko Haram, ISWAP, extremistas fulanis e os criminosos estão evidentemente agindo em cooperação uns com os outros”, apontou.
O ministro da Informação do Estado, Lai Mohammed, disse aos repórteres que os ataques que resultaram em tantas mortes foram resultado de “uma espécie de aperto de mão profano entre bandidos e insurgentes do Boko Haram”.