Há 10 anos, missão em Moçambique transforma crianças em futuros pastores e profissionais

Crianças passaram a conhecer Jesus através do Centro de Acolhimento Ebenézer, coordenado pela Missão Mãos Estendidas, em Moçambique.

Fonte: Guiame, Luana NovaesAtualizado: quinta-feira, 15 de julho de 2021 às 18:38
Crianças carentes têm sido impulsionadas pelo Centro de Acolhimento Ebenézer, em Moçambique. (Foto: Missão Mãos Estendidas)
Crianças carentes têm sido impulsionadas pelo Centro de Acolhimento Ebenézer, em Moçambique. (Foto: Missão Mãos Estendidas)

Há 10 anos, crianças têm sido capacitadas e transformadas pelo Evangelho através do trabalho da Missão Mãos Estendidas (MME) na cidade da Beira, no centro de Moçambique.

No Centro de Acolhimento Ebenézer, crianças e adolescentes têm tido a oportunidade de estudar e receber o ensino das Escrituras. Muitos entraram ali para receber auxílio, e acabaram se transformando em grandes agentes de mudança.

“Os 10 anos revelam transformação de vida. Temos jovens que entraram no Ebenézer com 7 anos de idade e foi lá que tiveram oportunidade de conhecer e receber Cristo como seu Salvador”, conta ao Guiame o pastor Mouzinho Muchaia, idealizador e fundador do Centro de Acolhimento Ebenézer juntamente com a sua esposa, a missionária Lene Muchaia.

“Muitos foram discipulados na palavra do Senhor e, graças a Deus, algumas dessas crianças hoje são jovens que estão sendo preparados no seminário e consagraram suas vidas na obra do Senhor”, acrescenta o pastor Mouzinho.

Segundo o pastor, o Centro Ebenézer prepara 10 jovens para o seminário teológico. Além disso, outras crianças atendidas pela instituição também tiveram a possibilidade de realizar seus sonhos. “Hoje contamos com 5 jovens que estão fazendo faculdade nos cursos de Medicina, Direito e Agronomia”, explica.

A Missão Mãos Estendidas é presidida pelo pastor Elias Marcelo Caetano. Em Moçambique, a missão é dirigida pelo pastor Mouzinho. Além disso, ele e sua esposa, Lene, são missionários da APEC (Aliança Pró Evangelização das Crianças).

O trabalho com as crianças moçambicanas começou em 2002, na casa da irmã mais velha de Mouzinho. “Muitas crianças órfãs e carentes da vizinhança eram deixadas por suas mães e avós — que saíam de segunda a sexta-feira para a lavoura, e deixando os filhos cuidando uns dos outros”, relata o pastor.

“Eles passavam o dia todo brincando no pátio da minha irmã. Eu, percebendo a desocupação das crianças, passei a reuni-las para ensinar a palavra de Deus”, continua. As histórias bíblicas eram ensinadas através de músicas e, ao final, as crianças ganhavam lanches.

Em 2007, já casados, Mouzinho e Lene passaram a continuar o trabalho com as crianças, mas desta vez em família. “Nesse período, começamos a construção do edifício próprio do Ebenézer, fazendo o atendimento às crianças com mais abrangência”, disse. 


Pastor Mouzinho Muchaia com sua esposa, a missionária Lene Muchaia, e seus filhos. (Foto: Arquivo pessoal)

Até que, em 2011, o Centro de Acolhimento Ebenézer finalmente inaugurou seu primeiro bloco e teve reconhecimento do governo moçambicano.

“Os 10 anos do Ebenézer se resumem a um passo de fé, sonho tornado em realidade, amor de Deus revelado em uma linguagem não escrita, mas em gesto”, observa o pastor.

Em março de 2019, no entanto, o Centro Ebenézer enfrentou um grande desafio: o Ciclone Idai. A cidade da Beira foi uma das mais atingidas pela catástrofe, que deixou mais de 600 mortos e afetou um milhão e meio de pessoas, destruindo casas, escolas e instituições.

“Foi um golpe duro, mas não mortal, pois não matou a nossa fé e nem fez com que parássemos de sonhar”, afirma o pastor Mouzinho. 


Pastores Elias Marcelo Caetano e Mouzinho Muchaia no Ebenézer, ainda em processo de reconstrução. (Foto: Missão Mãos Estendidas)

A reconstrução das partes que foram destruídas pela passagem do ciclone continua sendo desafiadora, mas o pastor afirma que as obras de reconstrução já foram iniciadas.

Os desafios continuam sendo muitos? Sim, mas nenhum dos missionários perdeu a perspectiva da bondade de Deus em meio às crises.

“Os 10 anos do Ebenézer nos leva a expressar a nossa alegria e estender nossa gratidão a Deus, e receber o bom companheirismo e a mão dos nossos parceiros (GNT, MME e outros irmãos e igrejas) que nos ajudaram a colocar pedra a pedra na construção do nosso sonho”, afirma Mouzinho.

“E só temos que dizer é: Ebenézer — até aqui o Senhor nos ajudou”, conclui.

Para apoiar a Missão Mãos Estendidas, acesse: mmeafrica.org

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