Pastor é impactado com “alegria” dos africanos após destruição causada pelo ciclone Idai

O pastor Fabiano Pereira falou ao Guiame sobre como seu ministério foi impactado após conhecer o campo missionário na África.

Fonte: Guiame, Luana NovaesAtualizado: terça-feira, 25 de junho de 2019 às 18:38

O ciclone Idai deixou um cenário de morte e destruição na África — especialmente Moçambique, país mais afetado pelas tempestades. Por outro lado, as trágicas perdas não tiraram a alegria das pessoas.

Foi isso o que notou o pastor Fabiano Pereira, da Igreja Metodista Central em Itaocara, no interior do Rio de Janeiro. Em sua última viagem à África ele foi até a cidade da Beira, onde fica a sede da Missão Mãos Estendidas (MME) em Moçambique.

“Eles acabaram de passar por um período tão caótico. Mas chegando aqui vemos um comportamento e um clima diferente, de um povo alegre, hospitaleiro, com vontade de vencer e reconstruir”, disse Fabiano em entrevista ao Guiame.

Cerca de 90% da cidade da Beira foi destruída pelo ciclone. Ainda assim, o pastor Fabiano observa que os moçambicanos estão empenhados em sua reconstrução.

“Vemos que há uma predisposição das pessoas em quererem mostrar para o mundo que eles não estão com a guarda baixa, que eles têm uma iniciativa de reconstruir. O que o ciclone destruiu na cidade só mostrou o valor que eles têm dentro deles”, comenta o pastor.

No Seminário Bíblico Intensivo da MME, realizado com pastores de aldeias africanas na sede em Moçambique, o pastor Fabiano falou aos líderes locais sobre o discipulado familiar.

“Eu falo muito sobre família. É uma coisa que eles estão vivendo na pele — a perda de família, a debandagem de familiares que vão para outros lugares. E quando você ministra sobre isso, [reforça que] alguns fatores muito fortes sobre a construção de uma nação começam na família. Eu vejo aqui, neste momento da África, como é importante a conotação da família”, afirma Fabiano. “A minha família foi a primeira que me abençoou a estar aqui”.

Para Fabiano, conhecer a realidade da África foi um “divisor de águas” em seu ministério pastoral. “Uma coisa era o pastor Fabiano com os olhos fechados. Agora eu consigo contemplar o pastor Fabiano com os olhos abertos. Eu tenho aprendido muito com os pastores que estão aqui, com o povo daqui, a essência do cristianismo que rompe a questão denominacional”, destaca. 

“É muito agregador estar aqui e poder partilhar da mesma fé que os outros irmãos que dependem tanto da graça e da misericórdia de Deus quanto eu. Isso não tem preço que pague. Eu sou um novo pastor a partir do momento que eu pisei na África”, acrescenta.

O pastor Fabiano adverte os cristãos que a urgência vai “além da oratória“, mas precisa ser prática. “Eu posso pregar com o melhor que há em mim, mas eu posso ver pessoas que tem a predisposição e saúde de estar lá, no meu lugar. Então eu posso investir na vida de alguém que possa estar fazendo um trabalho com excelência e dando continuidade no avanço do Reino missionário”, disse ele.

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