“Missão não é uma decisão que eu tomo, é uma obediência ao chamado”, diz pastor

O pastor Elias Caetano, da Missão Mãos Estendidas, falou ao Guiame sobre o projeto missionário na Europa e África.

Fonte: GuiameAtualizado: segunda-feira, 26 de novembro de 2018 às 15:21

O campo missionário não é apontado pelo homem, mas unicamente por Deus. Essa é a visão do pastor Elias Marcelo Caetano, diretor da Missão Mãos Estendidas (MME), que foi chamado por Deus para atuar na Europa e em regiões de extrema pobreza na África.

Filho de pastores, Elias foi gerado no campo missionário. Em entrevista ao Guiame durante viagem no Malawi, ele esclareceu que todas as pessoas são chamadas a serem missionárias no lugar onde estão inseridas.

“Temos que nos envolver em missões onde quer que estejamos. Eu posso estar na minha cidade e fazer missões. Estou aqui [na África] devido a um chamado específico. Eu compreendo que o processo missionário se faz a partir de onde estamos. Às vezes o missionário irá atuar dentro de casa; cada coração sem Jesus é um campo missionário”, disse o pastor.

Elias começou a se envolver nos projetos missionários com a África em 1999, com o apoio da Igreja Presbiteriana Renovada em Portugal. Três anos depois, em 2002, ele chegou na África e vem atuando entre os dois continentes desde então.

Há mais de 20 anos na Europa, o pastor Elias conta que recebeu de Deus a visão de alcançar os portugueses que vivem fora de Portugal e destaca que foi um “chamado específico”. Atualmente ele mora na Ilha de Jersey, na Inglaterra, na qual entre 100 mil habitantes, 12 mil são portugueses.

“Hoje eu trabalho principalmente para cumprir dois propósitos que Deus colocou no meu coração: alcançar portugueses pela Europa e estar na África pobre”, enfatizou Elias. “Missão não é uma decisão que eu tomo, missão é obediência”.

Em 2009, Elias foi convidado a assumir a direção do MME e, desde então, passou a se envolver intensamente em países como Malawi, Moçambique, Zimbábue e Zâmbia.


Aldeia africana atendida pela Missão Mãos Estendidas em Lilongwe, capital do Malawi. (Foto: Guiame/Marcos Corrêa)

A veia missionária que Elias recebeu de seu pai também foi passada a esposa, Vanda, e os filhos Joshua, 15 anos, Gustavo, 12, David, 2. “Nossa família está completamente envolvida em missões. Eles fazem homeschooling (ensino domiciliar) e isso permite que nós estejamos envolvidos no processo missionário, principalmente pela Europa”.

Realidade na África

A MME trabalha em regiões na extrema pobreza na África e lida com a estrutura precária onde os habitantes vivem. “Eu tenho vindo ao Malawi, por exemplo, para trazer ofertas de socorro, para que as pessoas não morram. Morrer de fome é uma realidade na África, infelizmente. Em muitos países, a média de idade das pessoas é até 50 anos”, informou Elias.

Embora a assistência social seja importante, o pastor destaca que o princípio fundamental é trabalhar na mudança de caráter. “A continuidade traz a transformação. Essa continuidade está em levar os princípios de Deus e a transformação através do Evangelho. Porque se chegarmos e simplesmente doarmos roupa e comida, logo esses recursos vão acabar. Outro problema é que, do mesmo jeito que eles aceitam o Evangelho, eles aceitam o islamismo ou a bruxaria. É necessário discipular esse povo. Assistencialismo sem discipulado não traz resultado”, disse o pastor.

Em agradecimento à parceria do Guiame, Elias afirmou: “Nosso objetivo é mostrar o que Deus está fazendo. E Ele está fazendo. Eu tenho viajado boa parte do mundo e visto muitas realidades diferentes, mas tenho visto um Deus que está se movendo pelas nações”.


Pastor Elias Caetano, da Missão Mãos Estendidas, ao lado do diretor do Guiame, Marcos Corrêa, no Malawi. (Foto: Guiame/Marcos Corrêa)

 

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