Missão brasileira compra liberdade de família escravizada há 20 anos no Paquistão

Após mais de 24 anos escravizados, a família de sete pessoas teve sua liberdade comprada por 11.500 reais.

Fonte: Guiame, Cássia de OliveiraAtualizado: segunda-feira, 6 de março de 2023 às 16:48
Após 24 anos escravizados, a família de sete pessoas foi libertada. (Foto: Instagram/Instituto Tia Jô).
Após 24 anos escravizados, a família de sete pessoas foi libertada. (Foto: Instagram/Instituto Tia Jô).

Graças a uma missão brasileira, uma família cristã no Paquistão que foi escrava há mais de 20 anos ganhou sua liberdade, na semana passada.

A Missão "Até Que Todos Saibam”, da missionária Tia Jô, tem apoiado os cristãos de uma igreja local no país. Das 108 famílias da congregação, 50 trabalham ou são escravizadas em fábricas de tijolos e 26 moram no local em situação miserável.

Por meio da doação de 11.500 reais de um mantenedor, a missão conseguiu libertar a primeira família com sete pessoas, incluindo crianças, que viviam como escravos modernos há mais de 24 anos.

“Através de um mantenedor, ele foi movido pelo Espírito Santo e não se conteve em ver tal situação”, testemunhou o pastor Josué Fernandes, líder da missão, em postagem no Instagram.

A mãe é uma viúva que ficou individada por um empréstimo feito pela família. Como não conseguiu pagar as dívidas, ela e os filhos se tornaram escravos do cobrador. Um dos filhos, um jovem de 24 anos, nasceu na fábrica como escravo e só agora viverá em liberdade.

Ao presenciar pessoalmente a situação precária da família durante uma visita da missão à fábrica de tijolos, o mantenedor decidiu pagar a alforria dos cristãos paquistaneses. "Eu tiro ela, pode falar para ela que eu vou tirar ela e a família daqui. Ela é filha de Deus, ela merece o melhor", disse ele, em lágrimas, na ocasião.


 Após 24 anos escravizados, a família de sete pessoas foi libertada. (Foto: Instagram/Instituto Tia Jô).

Segundo a Agência Repórter Brasil, cerca de um milhão de pessoas vivem em condições análogas à escravidão no Paquistão.

Muitas famílias são submetidas ao trabalho forçado por dívidas antigas de seus antepassados, uma prática chamada de peshgi. Esse tipo de exploração é ilegal desde 1992, mas ainda acontece no país.

Na primeira semana de março, Jô Bentes e seu esposo, o pastor Josué, viajaram ao Paquistão para servir no país de maioria muçulmana, que ocupa o 7° lugar da Lista Mundial da Perseguição 2023 da Missão Portas Abertas.

Pregando no país de maioria muçulmana


Milhões de famílias são submetidas a trabalho forçado em fábricas de tijolos no Paquistão. (Foto: Instagram//Instituto Tia Jô).

A Missão "Até Que Todos Saibam” sustenta igrejas locais, ajuda viúvas e órfãos em extrema pobreza e mantém duas escolas, que fornece educação e alimentação a crianças.

“Somente 6% da população cristã no Paquistão tem acesso a escola primária e 1% tem acesso a universidade, e assim não conseguem nenhum emprego digno, pois essa é a visão do governo: isolar cada vez mais o povo cristão da sociedade e exterminá-los", afirmou Jô.

“Porém, com a nossa estratégia ‘escolas nas igrejas’ conseguiremos gerar educação e levá-los a uma vida mais digna, além disso fundamentados na Palavra do Senhor”.

A missão da Tia Jô pretende arrecadar fundos para libertar mais famílias escravas no Paquistão.

Contribuições para a missão podem ser feitas através da arrecadação online ou pelo pix institutotiajo@gmail.com. 

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