Uma missão brasileira celebrou a 58ª família resgatada da escravidão em fábricas de tijolos no Paquistão.
A Missão "Até Que Todos Saibam”, da missionária Tia Jô, tem libertado famílias inteiras que foram escravizadas por donos de olarias no país muçulmano.
A maioria dos trabalhadores das fábricas de tijolos são cristãos, pagando dívidas de empréstimos que vêm de gerações.
As famílias pobres acabam caindo na armadilha dos proprietários de olarias, que emprestam dinheiro para pagar contas médicas urgentes, o casamento de suas filhas, comida ou aluguel, em tempos difíceis.
Os juros abusivos dos empréstimos levam à dívidas impossíveis de pagar, e os membros das famílias, incluindo crianças e mulheres, se tornam escravos nas fábricas de tijolos por décadas.
A missão libertou a primeira família em 2023 e, desde lá, tem arrecadado fundos para pagar a liberdade de outras.
Nas últimas semanas, a "Até Que Todos Saibam” libertou mais três famílias escravizadas. Até agora, o ministério já financiou a libertação de 58 famílias.
Uma das famílias – formada por Irfan Masih, sua esposa Sônia e seus três filhos – foi resgatada através do apoio financeiro da Igreja Assembleia de Deus Ministério Ide nos Estados.
“Essa família recebeu uma casa, acesso à escola para as crianças e a oportunidade de um novo começo. Irfan iniciará uma nova profissão como moto taxista, reconstruindo a vida em liberdade e dignidade”, relatou a missão, no Instagram.
“Essa transformação só foi possível porque alguém decidiu dizer sim à missão de Jesus. A vida da família Irfan agora é um testemunho vivo de que a fé e a solidariedade podem quebrar correntes e mudar destinos”.
E destacou: “Mas ainda há muitas famílias esperando por esse milagre”.
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Situação miserável nas olarias
Segundo a Agência Repórter Brasil, cerca de um milhão de pessoas vivem em condições análogas à escravidão no Paquistão.
Muitas famílias são submetidas ao trabalho forçado por dívidas antigas de seus antepassados, uma prática chamada de peshgi. Esse tipo de exploração é ilegal desde 1992, mas ainda acontece no país.
Os escravizados vivem uma situação miserável. Eles enfrentam o calor intenso dos fornos, chegando a usar sapatos de madeira porque a temperatura no verão derreteria as solas de borracha.
As famílias enfrentam uma longa jornada de trabalho e precisam produzir uma cota diária de 1.500 a 2.500 tijolos. Elas ganham apenas quatro dólares por cada mil tijolos feitos.
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