Awali Kakaire, um muçulmano de 34 anos, estrangulou sua esposa até a morte por ela ter abandonado o islã, no leste de Uganda.
O crime aconteceu na manhã do dia 8 de maio, no Distrito de Mayuge. Segundo vizinhos e parentes, Mariam Nakirya foi morta pelo marido por ter se convertido ao cristianismo, aos 30 anos.
Um mês antes de cometer o crime, Awali começou a ter suspeitas sobre a nova fé da esposa, quando um líder islâmico local questionou a ausência de Mariam na mesquita e das crianças na madraça (escola muçulmana). Desconfiado, o homem resolveu interrogar os filhos.
"Nosso pai nos questionou por que paramos de frequentar a madraça, mas nós dissemos a ele que estávamos ocupados com o trabalho da escola, como nossa mãe havia nos instruído", disseram os filhos ao Morning Star News, sem ter a identidade revelada.
"Nossa mãe disse ao nosso pai que ela estava ocupada nos instruindo no dever de casa. Isso fez com que o meu pai esfriasse os ânimos", acrescentaram.
Por causa dos negócios, Awali viajava com frequência para Malaba, no Distrito de Tororo. Essa situação dava oportunidade para que o resto da família participasse de muitos cultos de domingo, em uma igreja próxima à residência.
No entanto, no dia 8 de maio, Awali acordou às 6 da manhã e chamou sua esposa para se juntar a ele nas orações islâmicas da manhã, de acordo com o relato de seu filho.
"Nossa mãe se recusou, e nosso pai começou a estrangulá-la enquanto ela chorava por ajuda", disse ele.
Depois de assassinar a esposa, Awali saiu de casa e voltou duas horas depois para lançar seus cinco filhos, com idades entre 5 a 12 anos, em um buraco que havia cavado nas proximidades.
"Nós resistimos e começamos a gritar. Os vizinhos chegaram imediatamente, mas ele já tinha nos lançado no buraco que ele havia cavado", disse a criança. "Vendo os vizinhos, ele tentou fugir, mas ele foi cercado. Em seguida, ele começou a ser questionado".
Segundo o irmão de Awali, Michael Kirunda, ele e outros vizinhos acordaram com os gritos vindos da casa.
"Os vizinhos correram para a casa e encontraram as crianças em um buraco", disse Kirunda. "Ele queria fugir, mas não conseguiu; daí começamos a questioná-lo sobre as crianças. 'Minha família não tem nenhum respeito pelo Islã’, ele gritou. Então, entramos na casa e encontramos sua mulher morta".
Mariam se converteu em agosto de 2015, depois de receber uma série de visitas de um evangelista, que pregava o Evangelho de porta em porta.
Os parentes de Mariam tentaram emboscar Awali, mas ele conseguiu fugir. As duas crianças mais velhas estão sob os cuidados da avó, e as três mais novas estão com o tio Michael.
Segundo a avó, identificada como Efulansi, de 80 anos, as crianças precisam de comida e apoio psicológico. "As crianças ainda estão traumatizadas e chorando por sua mãe", disse ela.
Cerca de 85% da população em Uganda é cristã, e 11% se declara muçulmana, localizada em grandes comunidades ao leste do país. A constituição da Uganda apoia a liberdade religiosa, incluindo o direito de propagar a fé e converter pessoas.