O governo do Irã ordenou a prisão de um grupo de nove cristãos no dia de Natal por terem celebrado Natal em igreja doméstica, na cidade de Shiraz.
"Têm ocorrido constantes violações dos direitos humanos no Irã, durante o mandato de Hassan Rohani como presidente, incluindo execuções e repressão das minorias religiosas e étnicas", disse Shahin Gobadi, do Comitê do Conselho Nacional de Resistência do Irã para Assuntos Externos (NCRI).
"Este é apenas mais um caso em questão. Na verdade, o regime clerical é um dos principais violadores dos direitos das minorias religiosas, incluindo os cristãos, no mundo. O regime institucionalizou a repressão do povo iraniano como a principal ferramenta de sua sobrevivência".
O NCRI informou que agentes à paisana do Ministério da Inteligência e Segurança do Irã invadiram a igreja na sexta-feira (25) - dia de Natal - e confiscaram itens pessoais, incluindo antenas parabólicas, além prender nove cristãos que participavam daquele culto.
Apenas dois dias antes, na quarta-feira, os agentes prenderam Meysam Hojjati, outro cristão iraniano, na cidade central de Isfahan, espancando e algemando-o, enquanto confiscavam seus itens pessoais, até mesmo a sua árvore de Natal decorada.
O Irã reprime continuamente os cristãos pela prática de sua fé, considerando-os "uma ameaça à segurança nacional". Na semana passada, as autoridades libertaram o Pastor Farshid Fathi Malayeri, da igreja Assembléia de Deus, que foi mantido em na prisão por cinco anos.
Malayeri havia sido preso em uma operação de 2010 contra as igrejas cristãs, sob justificatives de que estas instituições promoviam uma "ação contra a segurança nacional, em cooperação com organizações estrangeiras de evangelismo".
Andy Dipper, que integra a sede britânica da missão 'Christian Solidarity Worldwide', observou que, embora a liberação de Malayeri seja uma boa notícia, o tratamento dos cristãos no Irã continua a ser alarmante.
"Continuamos profundamente preocupados com o tratamento dos cristãos no Irã, que sofrem assédio, maus-tratos e são presos simplesmente por exercerem o seu direito à liberdade religiosa ou crença, reunindo-se pacificamente para adorar a Deus, especialmente durante a época do Natal", disse Dipper.
Entre outros cristãos detidos em prisões iranianas, está o Pastor Saeed Abedini, que está preso há mais de três anos.
As detenções de cristãos continuaram apesar do acordo nuclear histórico, alcançado entre o Irã e os líderes mundiais ocidentais em julho, que suspendeu as sanções econômicas da República Islâmica. Em troca das suspensões, o presidente Rouhani concordou em "limitar o programa nuclear do país".
Grupos conservadores que monitoram a perseguição aos cristãos, como o Centro Americano para Lei e Justiça, as sanções ao Irã não deveriam ser suspensas até que o país comprovasse sua disposição em melhorar seu histórico de respeito aos direitos humanos.
Maryam Rajavi, presidente eleito do NCRI, disse no relatório, que espera que 2016 traga uma melhoria das relações entre muçulmanos e cristãos no país, apesar dos problemas.
"Os muçulmanos e cristãos podem confiar em seus valores comuns para enfrentar aqueles que pervertem suas religiões. Vamos esperar pelo alívio dos cristãos convertidos no Irã, da opressão dos mullahs no poder e pela liberdade de toda a nação iraniana dessa desta ditadura religiosa, "Rajavi disse em um comunicado.
"Nesta ocasião, exorto a comunidade internacional a formar uma frente internacional contra a ditadura religiosa no Irã, seus aliados e as milícias na Síria e no Iraque, além de combater o extremismo islâmico - o inimigo dos verdadeiros muçulmanos, cristãos e todos os seguidores de outras religiões", acrescentou.