Muçulmanos exigem fechamento de igreja na Indonésia às vésperas do Natal

Um grupo de muçulmanos alegou irregularidades nas reformas, mas autoridades locais afirmaram que a igreja possui licença válida há mais de 20 anos.

Fonte: Guiame, com informações de Morning Star NewsAtualizado: quarta-feira, 17 de dezembro de 2025 às 14:20
As igrejas continuam sendo alvos de extremistas islâmicos no país. (Foto: Ilustração/Portas Abertas)
As igrejas continuam sendo alvos de extremistas islâmicos no país. (Foto: Ilustração/Portas Abertas)

Muçulmanos na Indonésia exigiram o fechamento de uma igreja às vésperas do Natal, alegando que as reformas do templo não têm autorização legal.

No entanto, a igreja e autoridades locais afirmam que a documentação está regularizada há mais de duas décadas.

Cerca de 20 muçulmanos da Agência Islâmica de Empoderamento e Desenvolvimento (BP2UI) realizaram um protesto em 6 de dezembro pedindo a demolição da Igreja Católica, na vila de Tlajung Udik, no distrito de Gunung Putri, na regência de Bogor.

Durante a manifestação, os participantes exibiram faixas com frases como “Fechem e demolam igrejas ilegais”, “Fechem e desmantelem igrejas que manipulam regulamentos”, “Fechem e desmantelem igrejas que traem a comunidade”, “Fechem e desmantelem igrejas que espalham calúnias”, “Fechem e desmantelem igrejas que incitam conflitos” e “Fechem e desmantelem igrejas que dividem a nação”.

O porta-voz da BP2UI, Anhari Sulthoni, afirmou que a igreja teria sido construída há quase 25 anos sem a devida coordenação com a comunidade local e, por isso, as reformas deveriam ser interrompidas até a obtenção de uma nova licença.

Porém, o chefe do Departamento de Assuntos Religiosos da Regência de Bogor, Ahmad Sjukri, declarou no local do protesto que lamentava a manifestação, já que uma reunião realizada em 17 de novembro pelo Conselho Nacional de Unidade e Política da regência (Kesbangpol) havia confirmado que o processo de licenciamento da igreja estava concluído.

“A reunião também concluiu que a licença da igreja estava completa e que não havia mais problemas”, disse Ahmad.

Ele acrescentou que, em um regime democrático, os manifestantes têm o direito de questionar a licença por meio de ação judicial no Tribunal Administrativo do Estado.

‘Provocação dos muçulmanos’

Autoridades locais, incluindo o chefe do subdistrito de Gunung Putri, Kurnia Indra, também lamentaram pelo protesto e pediram que o governo e as forças de segurança não se deixem influenciar por grupos que se opõem à presença da igreja.

Em 6 de novembro, o governo local autorizou formalmente a continuidade das obras. Dois dias depois, o chefe da aldeia de Tlajung Udik garantiu segurança e liberdade de culto à congregação.

Apesar disso, em 13 de novembro, a igreja recebeu uma carta da BP2UI endereçada ao prefeito de Bogor, com o título “Estabelecimento de uma Igreja Ilegal”:

“Consideramos o conteúdo da carta excessivo e provocativo”, afirmou o advogado da igreja, Siprianus Edi Hardum.

Segundo a missão Portas Abertas, nos últimos anos, a Indonésia adotou um caráter islâmico mais conservador, e as igrejas envolvidas em atividades evangelísticas correm o risco de serem alvo de grupos extremistas islâmicos.

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