POPULAÇÃO: 10,2 milhões
CRISTÃOS: 180 mil
RELIGIÃO: Islamismo, cristianismo, budismo, hinduísmo, judaísmo
GOVERNO: Monarquia constitucional
LÍDER: Rei Addullah II
POSIÇÃO: 38º na Lista Mundial da Perseguição
Embora a Jordânia goste de se apresentar como um farol de tolerância e diálogo inter-religioso, os muçulmanos sunitas radicais e os jihadistas da Síria e do Iraque continuam a representar uma ameaça à comunidade cristã deste país. Se um cristão jordaniano der testemunho aberto de fé, pode ser espancado, preso e até morto por eles.
Cristãos que são ativos no evangelismo e costumam ajudar os cristãos ex-muçulmanos, podem enfrentar ameaças e opressão na vida diária. A Jordânia tem um número alto de muçulmanos salafistas [movimento ultraconservador dentro do islamismo sunita] que são potencialmente um perigo para os cristãos e outras minorias religiosas que vivem no país.
Controle e monitoramento
O governo continua a controlar os sermões nas mesquitas e exige que os pregadores se abstenham de falar sobre política, para evitar agitação social. Isso ajuda a conter um pouco o extremismo islâmico.
Nesse ponto, os cristãos jordanianos são mais favorecidos do que os demais que vivem em outros países do Oriente Médio. Tirando as ameaças vindas de fora e que tentam atingir a igreja na Jordânia, a vida dos seguidores de Cristo é relativamente segura e estável. O rei Abdullah II e seu governo parecem tolerar e, até certo ponto, apoiar igrejas reconhecidas, como as ortodoxas ou católicas romanas.
Já os cristãos evangélicos ou protestantes enfrentam discriminação por causa da evangelização ativa. Na Jordânia há restrições contra a pregação pública.
Como as mulheres cristãs jordanianas são perseguidas?
As convertidas do islamismo são as mais vulneráveis à perseguição. No entanto, outras mulheres cristãs também enfrentam desigualdades, especialmente se o marido se converter ao islã. A pressão vem, frequentemente, por parte da família.
Quando uma cristã ex-muçulmana ainda mora com a família islâmica, ela corre o risco de prisão domiciliar e até de assédio sexual ou estupro se a fé for revelada. Além disso, estão sob a ameaça adicional de se casarem involuntariamente com um muçulmano. Casamentos com homens cristãos não são reconhecidos pelo Estado, mesmo que seja realizado no exterior.
As mulheres jordanianas enfrentam restrições de viagem, impostas pelas autoridades, mas também por familiares. Se uma cristã ex-muçulmana violar a proibição de viajar, um processo judicial pode ser iniciado por “viajar sem permissão”.
Situação de homens cristãos jordanianos
Segundo a sharia [conjunto de leis islâmicas], os casamentos entre mulheres muçulmanas e homens não muçulmanos não são permitidos. Para que o casamento seja legal, o homem deve se converter ao islã. A sharia também determina que, se uma esposa cristã se converter ao islamismo, o marido também deve se converter para que o casamento seja legalizado.
No islã existe uma cultura de honra e vergonha. Um homem cristão é visto como uma vergonha para a família, por isso são expulsos de casa. Essa condição leva os homens à emigração. Muitas famílias cristãs também decidem abandonar o país, o que tem causado uma carência na igreja, no que diz respeito às funções de liderança.
Depoimento de um cristão jordaniano
“Quando o líder de um grupo de estudo bíblico orou comigo, senti o Espírito Santo sendo derramado em mim. Esse momento mudou minha vida. Eu era um valentão, um criador de casos. Mas agora sou um membro comprometido desses grupos, participando das reuniões de estudo da Bíblia duas vezes por semana. Eu sou uma nova criação agora em Jesus Cristo e me pareço cada vez mais com ele.” (Tareq, cristão perseguido na Jordânia)