O pastor Pierre Ouedraogo estava quase no final do culto dominical quando pistoleiros chegaram em motocicletas por volta do meio-dia e atiraram contra os fiéis. O atentado aconteceu no domingo (28) em Burkina Faso, na África.
Os homens armados chegaram em sete motos ao templo evangélico em Silgadji, no norte do país, e atiraram contra os fiéis durante o culto, matando o pastor Pierre, dois de seus filhos e outras três pessoas. Em seguida, eles teriam fugido em direção ao Mali, país vizinho.
Segundo informações, pelo menos duas pessoas estão desaparecidas.
Este é mais um episódio de intolerância religiosa contra cristãos no país. Um padre católico foi sequestrado nesta mesma localidade há um mês e ainda não há notícias sobre ele.
Em junho de 2018, outro pastor protestante foi sequestrado com dois membros da família em Arbinda ainda na mesma área.
Na sexta-feira (26), cinco professores foram mortos a tiros no leste do país.
Apesar desses episódios, esse é o primeiro ataque contra uma igreja cristã desde a eclosão da violência jihadista na Burkina Fasso, em 2016, período no qual o país convive com grupos ligados à Al Qaeda e ao Estado Islâmico.
A milícia mais forte é a Ansarul Islam (Defensores do Islã), que também atua no Mali.
No mundo
Os últimos dois meses foram marcados por ataques motivados por intolerância religiosa no mundo, a começar pelo massacre cometido por um supremacista branco em duas mesquitas de Christchurch, na Nova Zelândia, com 50 mortos.
Já no último domingo de Páscoa, terroristas islâmicos assassinaram mais de 250 pessoas em diversas explosões no Sri Lanka. Uma semana depois, outro supremacista branco matou uma pessoa em uma sinagoga nos Estados Unidos. (ANSA)
O porta-voz do governo, Remy Fulgance Dandjinou, não conseguiu fornecer mais detalhes sobre o ataque criminoso.
Cerca de 61% da população de Burkina Faso é muçulmana, a maioria sunita, de acordo com o censo de 2006 do país, afirmam dados do Departamento de Estado dos EUA. Outros 19% são católicos; 4% pertencem a grupos protestantes, e 15% seguem esclusivamente crenças indígenas.