Burkina Faso bate recorde de mortes em 2023: “Pastores estão no alvo dos terroristas”

A maior parte das atividades terroristas na África Ocidental vem de grupos islâmicos radicais que lutam por um califado muçulmano.

Fonte: Guiame, com informações do MNNAtualizado: sexta-feira, 4 de agosto de 2023 às 11:15
Diácono Lankoandé (à esquerda) e pastor Omar Tindano (à direita), mortos por terroristas em Burkina Faso, em 2020. (Foto: Portas Abertas)
Diácono Lankoandé (à esquerda) e pastor Omar Tindano (à direita), mortos por terroristas em Burkina Faso, em 2020. (Foto: Portas Abertas)

Desde o início do ano, a África Ocidental registrou mais de 1.800 ataques terroristas e registrou a morte de quase 4.600 pessoas, das quais muitas vítimas são cristãs, em especial pastores que estão no alvo dos extremistas islâmicos.

O país com a maior contagem de pessoas mortas nos ataques, de acordo com a Mission Network News, foi Burkina Faso. Em 2023, o país sofreu com os ataques violentos e mortais.

A maior parte das atividades terroristas na África Ocidental vem de grupos islâmicos radicais que lutam por um califado muçulmano. Levando em conta a motivação, sabe-se que muitos cristãos, pastores e igrejas estão nos planos dos criminosos.

‘O problema das fronteiras’

“Burkina Faso é um país onde vemos uma crescente ameaça terrorista, e muito disso tem a ver com sua fronteira”, explicou Todd Nettleton, da Voz dos Mártires nos EUA.

“O país africano compartilha uma fronteira muito longa com o Mali. Sabemos que o Mali tem estado muito instável nos últimos anos e que tem enfrentado muitas atividades terroristas. Isso passou pela fronteira com Burkina Faso”, continuou.

Além disso, Burkina Faso faz fronteira com o Níger: “Lá também vimos o aumento de ataques terroristas e, portanto, parece que muito dessa violência e muito desse terrorismo está atravessando a fronteira e chegando até aqui”, disse ainda.

Apesar de tudo, pastores se mostram otimistas

“Dez anos atrás, Burkina Faso era visto como uma ilha de estabilidade na África Ocidental e a perseguição não era uma parte regular do seguimento de Cristo”, observou o missionário.

Segundo Todd, apesar da insegurança e da incerteza do futuro da Igreja no país, os pastores se mostram otimistas.

“Espere um minuto, isso não é o que esperávamos? Não era para isso que estávamos nos preparando?”, disseram os pastores ao falar sobre a perseguição ao cristianismo.

No momento, os missionários da Voz dos Mártires — organização interdenominacional que socorre igrejas perseguidas no mundo inteiro —  disse que está trabalhando com pastores em Burkina Faso e treinando-os para ministrar em um contexto de perseguição.

“Pedimos para que orem pelos nossos irmãos e irmãs em Burkina Faso, para que sejam corajosos e tenham força para enfrentar o que vier”, concluiu um dos missionários.

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