Burkina Faso perde 40% do território e deixa mais de 30 mil cristãos deslocados

A instabilidade política tem se tornado um dos maiores desafios da Igreja no país.

Fonte: Guiame, com informações da Portas AbertasAtualizado: terça-feira, 11 de julho de 2023 às 13:32
Extremistas tomaram áreas negligenciadas pelo governo e deixaram mais de 30 mil cristãos sem casa. (Foto: Portas Abertas)
Extremistas tomaram áreas negligenciadas pelo governo e deixaram mais de 30 mil cristãos sem casa. (Foto: Portas Abertas)

Conforme a Portas Abertas, pela primeira vez Burkina Faso está entre as nações com a maior crise de deslocados internos negligenciados do mundo. O ranking é resultado de uma pesquisa anual do Conselho de Refugiados da Noruega que, em 2023, apresentou vários países da África Subsaariana. 

Nos últimos anos, Burkina Faso viu a insurgência da violência, principalmente de grupos militantes islâmicos, como o Grupo de Apoio ao Islã e Muçulmanos (JNIM, da sigla em inglês).

Estima-se que 40% do território não está mais sob controle do governo no país que já sofreu dois golpes políticos em 2022. Por isso, 1 em cada 10 cidadãos de Burkina Faso foi forçado a deixar sua casa, ainda de acordo com o relatório. 

Cristãos mais vulneráveis

A instabilidade política torna a vida dos cristãos deslocados ainda mais difícil. Com a crise agravada, muitas localidades de Burkina Faso não podem ser acessadas por causa da insegurança. 

A organização explica que isso fez aumentar a vulnerabilidade, com assassinatos e ataques a igrejas, de acordo com os analistas da Lista Mundial da Perseguição. 

“Ataques semelhantes estão acontecendo no Níger, Mali e no Grande Sahel o que torna a situação em Burkina Faso muito séria”, explicam os analistas. 

‘A violência aumentou’

Burkina Faso ocupa a 23ª posição na Lista Mundial da Perseguição 2023 e os níveis de violência contra cristãos são crescentes, cooperando para as estatísticas de perseguição, violência e mortes de cristãos na região.

A violência na África Subsaariana, aumentou significativamente em 2022 e as últimas análises do Centro de Estudos Estratégicos da África mostram que 40% dos atos violentos na África são de responsabilidade de grupos militantes islâmicos.

“Todos esses dados explicam a ascensão de Burkina Faso na Lista deste ano, subindo da 32ª para a 23ª posição entre os 50 países mais perigosos para os cristãos”, explicou a Portas Abertas ao pedir orações pela Igreja naquele país.

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